Resumo

Título do Artigo

DESAFIOS EDUCACIONAIS EM TEMPOS DE COVID-19: reflexões sobre competências digitais e ensino remoto
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Palavras Chave

Competências digitais
Ensino remoto
Pandemia

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

COVID-19 e os Novos Desafios para a Educação

Autores

Nome
1 - Mauricio Vitor Souza Oliveira
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO (UNIVASF) - Petrolina - Centro
2 - ACERLANDIA IRACI DE SOUZA MONTEIRO
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO (UNIVASF) - Campus Centro, Petrolina-PE
3 - Fernanda Roda de Souza Araújo Cassundé
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO (UNIVASF) - Colegiado de Administração

Reumo

Durante a pandemia da COVID-19, muitas instituições de ensino do Brasil adotaram o regime remoto para evitar a suspensão das atividades. Isso, porém, “além de maximizar a exploração dos professores e jogar sobre eles grande parte do ônus causado pelo fechamento das escolas, também tem contribuído para descortinar as diferentes realidades em que vivem os estudantes brasileiros”. Assim, a tendência é que apenas os estudantes de maior poder aquisitivo sejam atendidos efetivamente pelo ensino remoto, pois os mais carentes sequer têm acesso às tecnologias.
A problemática da desigualdade no uso das tecnologias envolve fatores econômicos, o acesso técnico, a autonomia, o suporte social, as habilidades e competências digitais, seja o usuário professor ou aluno. Diante do exposto e considerando que as instituições de ensino enfrentem a difícil tarefa de integrar a tecnologia ao contexto tradicional dos cursos durante a pandemia, este ensaio teórico tem como objetivo refletir sobre a adoção do ensino remoto durante a pandemia da COVID-19 e a necessidade de competências digitais por parte dos atores envolvidos.
Apesar da difusão das TIC, o Brasil ainda é digitalmente desigual e apresenta grandes carências em relação às competências digitais tanto dos educadores quanto dos alunos. Em um contexto de mudança da modalidade de ensino presencial para a virtual, esse fator, somado à falta de hábito dos alunos e à falta de capacitação docente tende a diminuir a interação e a qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Assim, além de não ser democrático, o regime remoto é um desafio para educadores e alunos e não garante resultados efetivos na relação de aprendizagem (RODRIGUES et al., 2018).
A adoção do regime remoto esbarra nas dificuldades de acesso dos alunos (MARQUES, 2020) – que são apenas a ponta do iceberg. Se o professor não tem as condições necessárias para preparar e ministrar as aulas, o resultado tende a ser fraco. Observa-se ainda a falta de infraestrutura adequada e de competências digitais que possibilitem a interação virtual, o planejamento, a organização e a própria didática docente (CASSUNDÉ; MENDONÇA; BARBOSA, 2017), sendo fundamental a efetiva capacitação desses educadores. Outros impactos do regime remoto envolvem a saúde dos educadores e a evasão de alunos.
Conclui-se que a situação dos alunos e dos professores em relação às competências digitais e ao acesso às TIC é semelhante. A adaptação ao ensino remoto tem se mostrado um desafio para muitos professores, principalmente aqueles que, ao longo de sua formação, não desenvolveram as competências digitais adequadamente. Assim, é essencial que as decisões sobre a adoção dessa modalidade ocorram em conjunto e de forma sistêmica – considerando principalmente professor e aluno – e que haja avaliação contínua desse processo. Por fim, propõe-se o aprofundamento na temática a partir de estudos futuros.
CASSUNDÉ, F. R. S. A.; MENDONÇA, J. R. C.; BARBOSA, M. A. C. A influência das condições institucionais no desenvolvimento de competências eletrônicas dos professores para o ensino na EAD: proposição de um modelo analítico. Revista de Avaliação da Educação Superior, v. 22, n. 2, 2017. RODRIGUES, N. F. et al. Os professores, as tecnologias e as competências digitais: proposições teóricas. In: PEDRO, A. et al. Technology Enhanced Learning: Livro de Atas do V Congresso Internacional TIC e Educação. Lisboa: TICeduca, 2018.