Resumo

As transformações na educação provocam impactos de ensino-aprendizagem, por isso é preciso ter respostas rápidas e eficazes que atendam a demanda dos discentes já que eles vivem em um mundo cada vez mais concorrido, com evoluções tecnológicas, modelos de negócios novos. Por vezes para vencer os obstáculos de ser um empreendedor é preciso entender o significado de “ser um criador, um inovador, possuir iniciativas ou habilidades e talentos que ainda não foram explorados” (SILVA, 2017, p. 45).

As mudanças no ensino de formação profissional estão presentes em diversas áreas, e não se faz diferente quando se fala em empreendedorismo, diante disso compreender a percepção dos estudantes neste processo permite uma melhor avaliação dos métodos para transferência de conhecimentos sobre o empreendedorismo. Este trabalho busca analisar como se deu a aplicação de uma oficina de empreendedorismo junto a estudantes de nível técnico e como foi a percepção dos alunos quanto a aplicabilidade do empreendedorismo em suas trajetórias profissionais e dos resultados da oficina neste despertar.

o processo de ensino aprendizagem deve ser o mais próximo do que é visto na vida real, sendo a sala de aula um ambiente de geração de conhecimentos que serão utilizados pelos alunos para empreender. Esse aprendizado não pode ser no método aprender primeiro e aplicar depois, pelo contrário, é preciso que sejam atividades simultâneas, que interagem entre si. (SCHAEFER; MINELLO, 2017, LOPES, 2010, RIBAS, 2011). Lima et. al. (2014) aponta que a aprendizagem empreendedora traz como sugestão de metodologias para a educação empreendedora como uso de estudo de casos, problemas e desafios.

Para a realização desta pesquisa optou-se pelo uso de uma metodologia de pesquisa-ação com a realização de oficinas dirigidas junto a estudantes matriculados concluintes do curso técnico de eletroeletrônica e informática do Instituto Federal de Alagoas (IFAL) localizado na cidade de Arapiraca, estado de Alagoas. Foram aplicados um questionário prévio e um avaliativo após a atividade e duas oficinas com um desafio aos alunos com o intuito de instiga-los a pensar de forma empreendedora, reconhecendo suas habilidades e características que fazem parte ou não do perfil empreendedor.

Todas as equipes tiveram resultados muito satisfatórios no que concerne a forma como geriram o tempo, ideias, opiniões e conflitos, visando como resultado como resultado uma ideia de negócio criativa, inovadora. Além disso eles conseguiram perceber quais das características e habilidades contidas na avaliação se encaixam em seu perfil pessoal e a partir daí eles fizeram auto avaliação sobre o quão empreendedor eles são ou não. E entender que muitas dessas habilidades não são necessárias exclusivamente para quem é empreendedor ou deseja ser, mas sim para todos profissionais.

todos alunos reconheceram o conteúdo abordado na oficina como relevante, conseguiram perceber as características do empreendedorismo, apesar de apenas 47,6% dos alunos que responderam ao questionário se considerem com características empreendedoras. Os discentes atribuíram ao empreendedorismo duas linhas de significados, a primeira o empreendedor com um conceito mais tradicional voltado à empresa e o segundo com uma abordagem mais voltada às atitude, habilidades e características. Eles apontaram que as aulas sobre empreendedorismo deveriam ser mais dinâmicas, com jogos, práticas e problemas.

LOPES, R. M. A. Referenciais para a educação empreendedora. In: LOPES, R. M. A. (Org.). Educação empreendedora: conceitos, modelos e práticas. Rio de Janeiro: Elsevier: São Paulo: SEBRAE, 2010. MARTINS, Silvana Neumann. Educação empreendedora transformando o ensino superior: diversos olhares de estudantes sobre professores empreendedores. 156 f. Tese (Doutorado em Educação) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Disponível em: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/3632. Acesso em: 04 jun. 2019.