Resumo

Título do Artigo

Communitas: a Organicidade das Ecovilas em Questão – Um Estudo de Caso
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Palavras Chave

Ecovilas
Comunidade
Liminaridade

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Organizações Não-Convencionais

Autores

Nome
1 - MATHEUS OLIVEIRA MACHADO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração
2 - Fabio Bittencourt Meira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Programa de Pós-Graduação em Adminsitração (PPGA)

Reumo

Nesta pesquisa, os conceitos liminaridade e communitas são aqui orientados ao objetivo de compreender a organicidade das Ecovilas. A communitas é tomada como dispositivo político, que define o ‘interstício’ como espaço de luta e resistência contra as crescentes investidas de apropriação e controle biopolítico da vida. Um estudo de caso é conduzido com base em observação participante e entrevistas, de modo evidenciar os modos pelos quais a instauração de uma ordem normativa rígida é ativamente evitada, na Ecovila observada.
As proposições da filosofia política contemporânea que caracterizam a comunidade negativa, serão cotejadas com o fenômeno empírico de uma Ecovila, buscando evidenciar os modos pelos quais a instauração de uma ordem normativa rígida é ativamente evitada, na conformação de uma communitas na Ecovila observada.
Os conceitos liminaridade, liminóide e communitas de Victor W. Turner (1969, 1974), além dos conceitos da filosofia política da nova comunidade construídos por Giorgio Agamben (2013), Maurice Blanchot (2013), Jean-Luc Nancy (2016) e Roberto Esposito (2010).
Estudo de caso construído por meio de observação participante, entrevistas em profundidade, documentação e notas de campo.
Na Ecovila, observou-se menos a apropriação de uma nova identidade do que a contínua negação e desvinculação de identidades convencionadas, num processo experienciado singularmente. Uma identificação do que não se é, que assume imediata relação com um “não fazer”, parece ter precedência em relação às possibilidades de positivação de um projeto de recuperação ecológica ou de um modo de vida romântico.
A liminaridade não representa apenas uma passagem que um sujeito (ou grupo) atravessa para se transformar(em), mas sobretudo uma posição política em relação a uma estrutura de dominação. O que está em questão não é a capacidade de produzir inovações e soluções criativas para os problemas das organizações, mas uma posição estratégica para o engajamento ativo numa oposição política, bem como uma abertura para a constituição de novas idioculturas.
AGAMBEN, Giorgio. A Comunidade que vem. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. BLANCHOT, Maurice. A Comunidade Inconfessável. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 2013. ESPOSITO, Roberto. Communitas: The origin and destiny of community. Stanford: Stanford University Press, 2010. NANCY, Jean-Luc. A Comunidade Inoperada. Rio de Janeiro: 7Letras, 2016. TURNER, V. W. Dramas, fields and metaphors: symbolic action in human society. Ithaca: Cornell University Press, 1974b. TURNER, V. W. The ritual process. Ithaca, New York: Cornell U. Press, 1969.