Resumo

Título do Artigo

CARACTERÍSTICAS DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO NOS DIFERENTES ESTÁGIOS DO CICLO DE VIDA ORGANIZACIONAL
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Palavras Chave

Teoria de Dependência de Recursos
Conselho de administração
Ciclo de vida organizacional

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Fernanda Kreuzberg
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - CSE
2 - Ernesto Fernando Rodrigues Vicente
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - CCN/CSE

Reumo

Pela perspectiva da Teoria de Dependência de Recursos, o conselho de administração reflete o ambiente da empresa, buscando a maximização de recursos, uma vez que cada membro contribui com diferentes competências, experiências e vínculos. A composição do conselho reflete as dependências que uma organização enfrenta com o potencial de aquisição de recursos de seus membros. Estudos teóricos reforçam que as mudanças nas estruturas de governança são consequências das condições dos estágios de ciclo de vida das empresas.
O ciclo de vida está relacionado às decisões e aos resultados corporativos. Sánchez, Guerrero-Villegas e González (2017), por exemplo, identificaram que o ciclo de vida afeta de maneira distinta as estruturas de governança das empresas, estrutura de propriedade, tamanho e nível tecnológico. Nesse sentido, verifica-se que o conselho de administração desempenha diferentes funções nas organizações, que refletem o estágio do ciclo de vida em que se encontram. O objetivo da pesquisa consiste em identificar o efeito dos estágios do ciclo de vida nas características do conselho de administração.
O estudo foi pautado na Teoria de Dependência de Recursos (TDR) proposta por Aldrich e Pfeffer (1976) e Pfeffer e Salancik (1978). Essa perspectiva considera que os conselheiros de administração, por meio de sua atuação, expertise, acesso aos recursos e legitimidade, são um importante canal de informações e têm a capacidade trazer benefícios para as organizações. A abordagem do ciclo de vida foi pautada no estudo da Dickinson (2011) que utiliza a combinação dos valores previstos de fluxos de caixa operacional, investimentos e financiamento para caracterizar o estágio do ciclo de vida.
A amostra da pesquisa é constituída pelas companhias de capital aberto listadas na Brasil, Bolsa e Balcão (B3), no período que compreende 2012 a 2018. As variáveis dos constructos referentes ao conselho de administração englobam características de tamanho, gênero, independência, expertise em gestão, em áreas de suporte e em áreas operacionais, além do grau de interlocking (com setor financeiro e o setor de atuação) e a cooptação. Para o ciclo de vida foram criadas variáveis dummy com base no modelo desenvolvido pela Dickinson (2011) utilizando a composição da Demonstração do Fluxo de Caixa.
Os resultados destacaram que o tamanho médio dos conselhos de administração é de aproximadamente 7 membros, que a presença de mulheres nos conselhos é baixa (9%), e que os setores com maior independência são aqueles onde há pouca inserção de empresas governamentais. Além disso, verificou-se uma predominância de profissionais formados em Engenharias e Administração. Ao analisar o ciclo de vida das empresas, verificou-se que aproximadamente 50% das empresas pertencem ao estágio da maturidade, que em conjunto com as empresas em crescimento representam mais de 75% das empresas da amostra.
Conclui-se que empresas classificadas no estágio de maturidade têm-se uma redução no número de membros do conselho de administração, na cooptação de membros com expertise na área de gestão. Por outro lado, nas empresas pertencentes ao estágio de crescimento, teve-se um incremento, na cooptação de membros com expertise nas áreas de gestão. De modo geral, averiguou-se que os estágios do ciclo de vida organizacional (maturidade e o crescimento) apresentam efeitos distintos nas mudanças do conselho de administração.
Dickinson, V. (2011). Cash flow patterns as a proxy for firm life cycle. The Accounting Review,86 (6),1969-1994. Pfeffer, J., & Salancik, G. R. (1978). The external control of organizations: A resource dependence perspective. New York: Harper & Row. Sánchez, L. P. C., Guerrero-Villegas, J., & González, J. M. H. (2017). The influence of organizational factors on board roles. Management Decision, 55 (5), 842-871.