Resumo

Título do Artigo

A vulnerabilidade socioespacial e o papel dos empreendimentos de catadores de materiais recicláveis dos baixios do Glicério do Município de São Paulo
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Palavras Chave

Vulnerabilidade socioespacial
Empreendedorismo social
Catadores de materiais recicláveis

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Social e Organizações do Terceiro Setor

Autores

Nome
1 - Leticia Soares Honório
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Vergueiro
2 - Rosana Maria Vieira Cayres
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA
3 - Simone Aquino
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN - Centro de Tecnologia das Radiações
4 - Fábio Ytoshi Shibao
UNIVERSIDADE IBIRAPUERA (UNIB) - Interlagos
5 - CRISTIANO CAPELLANI QUARESMA
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Memorial

Reumo

Desde o início do século XX, o processo de urbanização se consolidou de forma acelerada, trazendo à tona a vulnerabilidade social, que se tornou um fenômeno global. Nas cidades contemporâneas, é possível observar pontos, ruas e até bairros onde a vulnerabilidade está presente. Trata-se de um desafio complexo, um problema que se agrava sobretudo nas regiões metropolitanas. Essas regiões necessitam de intervenções de políticas públicas para melhoria nos processos institucionais, aumento de recursos e oportunidades para redução da vulnerabilidade social e promoção da qualidade de vida.
Despontaram como alternativas coletivas de sobrevivência. as associações e cooperativas formadas por catadores de materiais recicláveis. Nesse sentido, mostrou-se oportuno responder ao seguinte questionamento: Como os empreendimentos de catadores em áreas da região do Glicério, no Município de São Paulo, apresentam efeitos de redução na vulnerabilidade, como ação social? O presente trabalho propôs-se a apresentar o papel da CooperGlicério e Nova Glicério na redução de vulnerabilidade dos indivíduos e famílias que habitam, trabalham ou ocupam os baixios do Glicério, no Município de São Paulo.
A divisão social no processo de urbanização desencadeou um quadro de desigualdade socioespacial. No Brasil, após crises e regressão econômica, foram consolidados o desemprego e o subemprego urbano em massa, dividindo a economia em formal e informal. Os territórios vulneráveis possuem carência de serviços públicos essenciais O problema social guia indivíduos em busca de soluções alicerçadas em valores pessoais e comunitários, sendo uma delas o empreendedorismo social. A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê a inclusão social de empreendimentos de catadores de materiais recicláveis.
Trata-se de uma pesquisa exploratória e interpretativa, de natureza aplicada, com abordagem qualitativa. Classifica-se como um estudo de caso e seu percurso metodológico contou com seis etapas: observação, análise documental, entrevista, grupo focal, transcrição dos resultados e análise dos achados. Para compor a base teórica, buscou-se artigos nas bases de dados Scopus, Web of Science e Google Acadêmico. Os resultados apresentados foram categorizados e analisados em função dos seguintes tópicos: conflitos, organização da força social e percepção dos catadores sobre a cidadania conquistada.
Os empreendimentos analisados passaram por um processo e desocupação promovido pela Prefeitura de São Paulo devido a políticas higienistas. A perpetuação da desigualdade socioespacial se deu na falta de políticas públicas e de ações que dificultam o pleno exercício da cidadania. Deliberações e a organização da força social dos catadores recuperaram os empreendimentos. Os catadores relataram que lutam por reconhecimento da importância socioambiental dos empreendimentos. O aumento de renda gerado com o empreendimento reduziu o quadro de vulnerabilidade dos catadores.
A importância dos empreendimentos e negócios sociais para a emancipação das famílias em vulnerabilidade social foi demonstrada com a profissionalização dos grupos organizados de catadores de materiais recicláveis. Por meio de associações e cooperativas, esses profissionais fortalecem a limpeza urbana municipal, prestando um valoroso serviço para a preservação do meio ambiente. Os empreendimentos conseguiram reduzir o quadro de extrema vulnerabilidade por meio da obtenção de renda, do reconhecimento do trabalho e do ganho de dignidade com a melhoria das condições de trabalho oferecidas.
Da Cunha, J. M. P. (2004). Um sentido para a vulnerabilidade sociodemográfica nas metrópoles paulistas. Revista Brasileira de Estudos de População, 21(2), 343-347. Bose, M., & Godói-de-Sousa, E. (2012). Empreendedorismo social e desenvolvimento social: desafios e oportunidades. VI ENAPEGS, 1-18. Oliveira, I.R., Camargo, M.L., Feijó, M.R., Campos, D.C. de, & Goulart, E., Jr. (2016). Empreendedorismo social, pós-modernidade e psicologia: compreendendo conceitos, atuações e contextos social. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 9(2), 290 – 311.