Resumo

Os hábitos de consumo desenfreados, a poluição e a pressão sobre os recursos naturais estão comprometendo a biocapacidade do Planeta (Lacy & Ruteqvist, 2016). O contexto atual do Planeta expõe a indispensabilidade do aumento da consciência humana sobre o consumo, como forma de manutenção da vida humana. No nível das empresas, se observa a necessidade de inovar em formas de produção, com maior atenção ao ciclo do produto e formas de serviço, além da modificação na atuação organizacional, que é a ação de ecoinovar (Krajnc & Glavic, 2003).

Gunarathne (2019) destaca que uma maneira de mensurar ecoinovações é por intermédio dos facilitadores e barreiras. Porém, a literatura sobre as barreiras de ecoinovação se encontra em estágio incipiente e se deve considerar que a ecoinovação pelo seu objetivo possui barreiras específicas, que necessitam de maior atenção, pois auxiliam na elaboração de políticas e ações que estimulem, servindo assim de facilitadores para a implementação de ecoinovação Dessa forma, o objetivo é apresentar uma análise multinível das barreiras e os facilitadores de ecoinovações, a partir da revisão da literatura.

Entendeu-se por ecoinovação a apropriação, fusão, produção, processo, serviço, ou gestão que causam menos impacto ambiental se comparado às alternativas similares; e que sejam inéditos a organização (Kemp & Pearson, 2007). As barreiras são elementos que dificultam a implementação de ecoinovação e segundo Marin et al. (2015) e Pinget et al. (2015) se classificaram em três categorias, custo, conhecimento e mercado. Já os facilitadores são elementos que estimulam as empresas a aplicarem tais medidas (Kammerer, 2009) e contribuem para ter como resultado o sucesso (Pacheco et al., 2017).

As ecoinovações são influenciadas tanto por elementos internos quando externos, dentre eles estão as barreiras e os facilitadores. Elementos que atuam em diferentes níveis, desde os poderes do Estado a influências internas à organização. Porém, estudos precedentes não consideraram a classificação das barreiras e facilitadores da ecoinovação a partir de uma análise multinível, a fim de melhor lidar com a complexidade tecnológica que envolve o desenvolvimento de ecoinovações, o que sugere a necessidade de investigação deste fenômeno.

Conclui-se que os facilitadores são fatores que se inter-relacionam, e se relacionam com as barreiras, assim como são elementos que atuam em níveis distintos, Pois, dentro de barreiras e facilitadores foram percebidos elementos que atuam tanto de maneira externa, abrangendo todo o ecossistema em que a empresa esta inserida. Elementos que atuam em um nível intermediário, como no caso das pressões de mercado e o desenvolvimento tecnológico e por fim, em nível micro se percebeu barreiras e facilitadores que atuam de forma interna das organizações.

Horbach, J., Rammer, C., & Rennings, K. (2012). Determinants of eco-innovations by type of environmental impact - The role of regulatory push/pull, technology push and market pull. Ecological Economics, 78, 112–122. https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2012.04.005. Marin, G., Marzucchi, A., & Zoboli, R. (2015). SMEs and barriers to Eco-innovation in the EU: exploring different firm profiles. Journal of Evolutionary Economics, 25(3), 671-705. Rennings, K. (2000). Redefining innovation – Eco-innovation research and the contribution from ecological economics. Ecological Economics, 32, 319–332.