Resumo

Título do Artigo

Sentimento do Investidor nos Períodos de Crise e Não Crise: Evidências no Mercado Acionário Brasileiro
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Palavras Chave

Desempenho do IBOVESPA
Otimismo
Pessimismo

Área

Finanças

Tema

Apreçamento de Ativos

Autores

Nome
1 - Anderson Dias Brito
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA - Programa de Pós-graduação em Administração
2 - Allisson Silva dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA - Programa de Pós-graduação em Administração
3 - Gerson Borges de Moura Filho
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGCC
4 - Orleans Silva Martins
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGCC/UFPB

Reumo

O sentimento do investidor está associado às crenças individuais sobre os fluxos de caixa futuro. Esse sentimento pode interferir na precificação dos ativos durante os momentos de otimismo e pessimismo. Embora os investidores busquem tomar decisões baseadas nas informações disponíveis, estes possuem capacidade de processá-las de maneira limitada, dando margem à influência da irracionalidade. Dessa forma, o sentimento do investidor pode fazer com que os investidores tomem decisões enviesadas em situações complexas ou fenômenos de mercado.
Diante das crises que ocorreram entre 2007 e maio de 2020, a motivação desta pesquisa surge da lacuna na literatura, de como o sentimento do investidor se comporta em diferentes momentos, e como ele pode explicar as variações no IBOVESPA. Desse modo, o estudo tem como objetivo analisar a associação do sentimento do investidor com o desempenho do mercado acionário brasileiro nos períodos de crise e não crise. Adicionalmente, foi verificado se o sentimento do investidor difere entre crises nacionais, internacionais e em momentos distintos durante as crises.
No mercado de ações, os aspectos comportamentais tem sido uma das justificativas para os efeitos da assimetria existente. O sentimento do investidor envolve a existência de vieses na precificação dos ativos em virtude do otimismo ou do pessimismo dos investidores na projeção do retorno futuro dos ativos. Esse sentimento impulsiona a demanda de investimentos especulativos, causando efeitos transversais no mercado de ações (BAKER; WURGLER, 2006). Com base na emoção, os investidores tendem a antecipar o valor do retorno futuro, e respondem conforme às expectativas geradas (DHAOUI; BACHA, 2017).
A amostra desta pesquisa foi composta pelas empresas de capital aberto com ações listadas na B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão, no período de janeiro de 2007 a maio de 2020. Para a mensuração do sentimento do investidor, foi considerado um índice que utiliza proxies de mercados, proposto por Baker e Wurgler (2006, 2007). A identificação dos períodos de crises foi efetuada a partir da abordagem CMAX, proposta por Patel e Sarkar (1998). A fim de relacionar o sentimento do investidor e o desempenho do IBOVESPA, em diferentes momentos, foram executados correlações e modelos de regressão linear.
Neste estudo foi constatado que para os períodos sem crises, não houve relação entre o índice do sentimento do investidor e o IBOVESPA. Para os momentos com crises, o sentimento do investidor apresentou relação positiva com o mercado acionário brasileiro, sendo essa relação mais intensa nas crises internacionais. Quanto mais se aproxima do período crítico da crise, a associação do sentimento do investidor com o desempenho do IBOVESPA é maior, e ao se distanciar, em momentos de recuperação para o fim da crise, essa associação é menor.
Com os achados do estudo, percebeu-se que, em alguns momentos, o sentimento do investidor possui comportamento similar ao desempenho do mercado acionário brasileiro, com maior associação em períodos de crise. Os resultados do presente estudo se limitam à amostra analisada e não tem o propósito de esgotar as discussões sobre as hipóteses analisadas. Assim, verifica-se a necessidade de novos estudos para confirmar a relação entre o sentimento do investidor e o desempenho da bolsa de valores em períodos de crises, a partir de outras metodologias.
BAKER, M.; WURGLER, J. Investor sentiment and cross-section of stock return. The Journal of Finance, v. 61, n. 4, p. 1645-1680, 2006. BAKER, M.; WURGLER, J. Investor Sentiment in the Stock Market. Journal Of Economic Perspectives, v. 21, n. 2, p. 129-151, abr. 2007. DHAOUI, A.; BACHA, S. Investor emotional biases and trading volume’s asymmetric response: a non-linear ARDL approach tested in S&P500 stock market. Cogent Economics & Finance, v. 5, n. 1, p. 1-13, jan. 2017. PATEL, S.; SARKAR, A. Crises in Developed and Emerging Stock Markets. Financial Analysts Journal, 54, p. 50-61. 1998.