Resumo

Título do Artigo

ÁREAS DA VIDA NO TRABALHO COMO PREDITORAS DA SÍNDROME DE BURNOUT: VALIDAÇÃO DO MODELO AWS-MBIGS
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Palavras Chave

Áreas da Vida no Trabalho
Síndrome de Burnout
Modelo de Equações Estruturais

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Gestão de Pessoas e de Equipes

Autores

Nome
1 - Adriana Porto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - PPGA
2 - Luis Felipe Dias lopes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Departamento de Ciências Administrativas

Reumo

Leiter e Maslach (2003) dedicaram-se a projetar uma ferramenta psicométrica que se insere na problemática do desequilíbrio entre o que se exige do trabalhador no contexto do trabalho e o que este é capaz de oferecer, surgindo, desta forma, o instrumento Areas of Worklife Scale AWS. Este instrumento enfoca o grau de congruência entre a pessoa e seis domínios de seu ambiente de trabalho (MASLACH; LEITER, 1997) propondo que quanto maior a lacuna percebida entre a pessoa e o trabalho, maior a probabilidade de burnout, inversamente, quanto maior a consistência, maior a probabilidade de engajamento.
Surge, assim, o questionamento: “as seis áreas da vida no trabalho confirmam-se como preditores organizacionais de burnout no contexto brasileiro?”. Propondo-se analisar se os fatores das seis áreas da vida no trabalho presentes no instrumento Areas of Worklife Scale AWS (LEITER; MASLACH, 2011) – carga de trabalho, controle, recompensa, comunidade, justiça e valores – confirmam-se como preditores organizacionais para as três dimensões de burnout componentes do instrumento Maslach Burnout Inventory General Survey MBI-GS (MASLACH; JACKSON; LEITER, 2016) – exaustão, cinismo e ineficácia.
Para que o processo de burnout se agrave não é necessário que haja desajuste em todas as áreas da vida profissional, muitas vezes o desalinhamento em apenas algumas áreas-chave basta para isto (MASLACH; LEITER, 1997). Em contrapartida, equilíbrio nas seis áreas da vida profissional facilitam o oposto do burnout: o engajamento no trabalho, entendido como um estado de energia, envolvimento e eficácia profissional que definem um relacionamento produtivo e satisfatório com o trabalho (LEITER; SHAUGHNESSY, 2006).
No sentido de responder ao problema de pesquisa e atender ao objetivo proposto propõe-se um percurso metodológico com abordagem qualitativa para a etapa de tradução e adaptação dos instrumentos AWS e MBI-GS utilizando-se o processo de adaptação transcultural (BEATON et al., 2000) e abordagem quantitativa para etapa de validação do modelo AWS-MBIGS utilizando o modelo de equações estruturais com mínimos quadrados parciais (HAIR Jr. et al., 2017). Os dados foram coletados junto a 558 docentes do ensino superior de instituições públicas e privadas.
Os resultados permitem inferir que as relações entre as seis áreas da vida no trabalho e as três dimensões de Burnout do modelo traduzido e adaptado são suportadas aceitando-se as hipóteses de pesquisa com exceção única para a Hipótese 8 (Valores influenciam direta e negativamente exaustão) que foi rejeitada.
O modelo causal confirma no contexto brasileiro as proposições teóricas, com a dimensão controle influenciando direta e positivamente na carga de trabalho, recompensa, comunidade e justiça. A dimensão valores ligando-se direta e negativamente às dimensões de exaustão, cinismo e direta e positivamente à eficácia profissional. Destacando-se, neste item, que a hipótese de direta e negativa da dimensão valores com a dimensão exaustão foi rejeitada. A hipótese de ligação direta e negativa entre as dimensões carga de trabalho e exaustão também se confirmou.
BEATON, D. E.; BOMBARDIER, C.; GUILLEMIN, F.; FERRAZ, M. B. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine, v. 25, n. 24, p. 3186-3191, 2000. HAIR Jr.; J. F., HULT, G. T. M.; RINGLE, C.; SARSTEDT, M. A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). USA: Sage publications, 2017. LLEITER, M. P.; MASLACH, C. Areas of worklife: a Structured Approach To Organizational Predictors of Job Burnout. Research in Occupational Stress and Well Being, v. 3, n. 3, p. 91–134, 2003.