Resumo

Título do Artigo

“YouTube Kids”: a vulnerabilidade das crianças e a publicidade abusiva dos youtubers
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Palavras Chave

Consumo Infantil
Publicidade Abusiva
Vulnerabilidade

Área

Marketing

Tema

Consumo, Materialismo, Cultura e Sociedade

Autores

Nome
1 - Georgiana Luna Batinga
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - Câmpus Chapadão do Sul - CPCS
2 - Flávia Penha Barbosa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - CAMPUS DE CHAPADÃO DO SUL - CPCS
3 - Luan Fernando Stadtlober
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - Cpcs

Reumo

O Youtube atualmente é considerado a plataforma de vídeos mais acessada do mundo, com cerca de 5 bilhões de visualizações de vídeos diariamente, e funciona como uma grande oportunidade para divulgar produtos e serviços, por meio de publicidades, na condição de patrocinadores. Os canais que produzem conteúdo infantil também são alvo de marcas e empresas interessadas em anunciar e vender produtos para esse público. Em meio a esse cenário, as crianças, consideradas consumidores vulneráveis, tornam-se alvo fácil de apelos publicitários, muitas vezes veiculados de maneira velada.
Estudiosos sugerem que o excesso de exposição causa transtornos de saúde mental e problemas comportamentais, que incluem dentre outros, distúrbios de aprendizado, comprometimento do desempenho escolar e atrasos no desenvolvimento.É nesse ponto que emerge a preocupação desse estudo, que encontra abrigo na Transformative Consumer Research, que se compromete a abordar o consumo atrelado a esses problemas. Diante do exposto, esse estudo tem como objetivo analisar o conteúdo veiculado nos canais infantis do Youtube Brasil, observando o conteúdo do vídeo, assim como da publicidade abusiva.
A TCR está comprometida com o bem-estar e qualidade de vida do consumidor, defendendo e estimulando pesquisas que se preocupam com sua vulnerabilidade e inclui observar os efeitos negativos das estratégias de marketing e dos apelos mercadológicos da publicidade e propaganda, compreender como eles influenciam, moldam e transformam a vida dos consumidores, incentivando o consumismo e valorizando o materialismo. Quando as crianças são introduzidas ao mundo material cedo, tendem a ser mais compulsivos do que as pessoas que são inseridas depois de adultos (SANTOS, 2014).
Trata-se de uma abordagem qualitativa-descritiva, que recorreu a uma pesquisa na plataforma Youtube, definindo dois canais de conteúdo infantil comandados por influentes youtubers brasileiros que geram conteúdo infantil. Tendo escolhido os dois canais, o critério para a definição dos dados a serem analisados foi os cinco vídeos mais visualizados em cada canal. Para análise do corpus, composto pelos dez vídeos mais assistidos nos dois canais, foi escolhida a teoria da semiolinguística, por oferecer ferramentas para analisar ao mesmo tempo imagem e texto.
Em termos de ações de publicidade e propaganda com incentivos ao consumo infantil, ambos os canais exploram essa estratégia demasiadamente, porém com estratégias distintas, ora com publicidade velada, ora explícita. O canal 1 não costuma fazer propagandas para outras marcas, pois possui marca própria e comercializa com exclusividade seus produtos, que incluem brinquedos, material escolar, produtos de higiene pessoal, decorações para festas infantis. O canal 2 explorou significativamente o consumo de doces e chocolates, possui menos inscritos, mas seus vídeos possuem muito mais acessos.
Após a análise dos canais foram constatados vários comportamentos prejudiciais para o desenvolvimento infantil, estimulando o consumismo e materialismo precoces. Ambos os canais divulgam vídeos com narrativas esvaziadas de quaisquer conteúdos educativos. Mesmo com a proibição expressa nos termos de serviço de redes como Facebook e Youtube, as crianças estão presentes nessas plataformas e têm contato frequente com a publicidade online. Esse cenário é muito preocupante, é preciso criar meios para proteger as crianças com o envolvimento dos pais, governo, sociedade e a academia tem seu papel.
LANGE, P. G. Kids on YouTube. Technical Identities and Digital Literacies. Walnut Creek, CA: Left Coast Press, 2014. LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. Disponível em: . Acesso em 09 de mar. de 2020. MICK, D. G.; PETTIGREW, C.; PECHMANN, J.; L. OZANNE (eds.), Transformative consumer research for personal and collective well-being. New York: Routledge, 2012. PANINI, A. A Publicidade Infantil Em Canais De Youtubers Mirins. 11º Interprogramas de Mestrado em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero,