Resumo

Título do Artigo

GERENCIAMENTO DE RISCOS CORPORATIVOS – EVIDENCIAÇÃO, DESEMPENHO ORGANIZACIONAL E VALORIZAÇÃO DAS AÇÕES
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Palavras Chave

Gerenciamento de Riscos Corporativos
Desempenho Organizacional
Evidenciação

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Ralph Fonseca Muniz de Melo
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Fortaleza
2 - Paulo Roberto de Carvalho Nunes
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Mestrado Profissional em Administração (MPA)
3 - Nicolino Trompieri Neto
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Fortaleza

Reumo

Segundo Mcshane, Nair, & Rustambekov (2011) o Enterprise Risk Management (ERM) vem, aos poucos, ganhando destaque no mundo acadêmico e corporativo. Tendo por finalidade contribuir para o atingimento dos objetivos organizacionais (COSO, 2017), melhorando a avaliação de mercado destas empresas (Baxter, Hoitash & Yezegel, 2013). Por outro lado, Power (2009) critica o ERM, pois apesar de muitas empresas implementarem o ERM desde os anos 1990, essas organizações sofreram bastante com as crises do início do século XXI, considerando que os sinais dados pelo mercado não foram nada sutis.
Este estudo visa a responder “qual a relação do gerenciamento de riscos corporativos com o desempenho organizacional e a valorização das ações das empresas brasileiras com emissão de ADRs (American Depositary Receipt)?” Para tanto, esta pesquisa tem por objetivo analisar a relação do gerenciamento de riscos corporativos ou Enterprise Risk Management (ERM) com o desempenho organizacional e a valorização das ações das empresas brasileiras com emissão de ADR, além de identificar o nível de evidenciação (disclosure) do ERM dessas empresas, segundo os componentes e princípios do COSO ERM 2017.
Zhao, Hwang & Low (2014) apresentam que a organização deve integrar o ERM a todos os seus processos e, segundo Kaplan & Mikes (2012), a falta desta integração pode ser fatal. Nesta pesquisa encontrou-se estudos que apontam para alguma relação positiva entre ERM, desempenho e valor, porém, necessitando de mais contribuições em contextos e/ou métricas diferentes, para que as afirmativas possam ser generalizadas. Como por exemplo, as pesquisas de Hoyt & Liebenberg (2011), McShane, Nair e Rustambekov (2011) e Baxter, Hoitash & Yezegel (2013), que analisaram somente o setor financeiro e de seguros.
Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem tanto qualitativa, para identificar e analisar a evidenciação do gerenciamento de riscos corporativos (a análise de conteúdo e documental, tendo como categorias de análise os 20 (vinte) princípios presentes no framework COSO ERM 2017), como quantitativa, no que se refere ao cálculo de indicadores (margem líquida e taxa de retorno total do acionista) e utilização de um modelo de regressão (econométrico) com dados em painel com efeitos fixos para o teste das hipóteses. Foram analisadas 25 empresas nos anos de 2017 e 2018.
A maioria das empresas (60%) tiveram um nível de evidenciação igual ou superior a 50% em 2018 e, em relação ao ano anterior, 66% aumentaram o seu nível de evidenciação do ERM. Constatou-se que os princípios do COSO mais presentes são “Identifica o risco”, “Implementa respostas aos riscos”, “Analisa o contexto de negócios”. Os testes indicam que o aumento de 1,0% na variável explicativa ERM implica num aumento de 1,53% na variável dependente Margem Líquida. E que o aumento de 1,0% na variável explicativa ERM implica num aumento de 1,83% na variável dependente TRA.
Em relação à evidenciação, observa-se um aumento na preocupação das organizações em divulgar suas ações relacionadas ao gerenciamento dos riscos corporativos. Os testes quantitativos apresentaram a existência de uma relação positiva entre a evidenciação, nos relatórios anuais, do gerenciamento de riscos corporativos, conforme o framework ERM COSO 2017, com o desempenho organizacional (H1); e de uma relação positiva entre a evidenciação, nos relatórios anuais, do gerenciamento de riscos corporativos, conforme o framework ERM COSO 2017, com a valorização de suas ações (H2).
Baxter, R., Hoitash, R., & Yezegel, A. (2013). ERM Program Quality. Contemporary Accounting Research, 30, 1264-1295. Hoyt, R., & Liebenberg, A. (2011). The Value of Enterprise Risk Management. The Journal of Risk and Insurance, 78, 795-822. Kaplan, R., & Mikes, A. (2012). Managing Risks: A New Framework. Harvard Business Review, 48-60. Mcshane, M. K., Nair, A., & Rustambekov, E. (2011). Does Enterprise Risk Management Increase Firm Value? Journal of Accounting, Auditing & Finance, 641-658. Power, M. (2009). The risk management of nothing. Accounting, Organizations and Society, 34, 849-855.