As Dimensões do Cross-Cultural Competence Inventory Como Estruturantes do Desenvolvimento de Competência Intercultural em Programas de Mobilidade Acadêmica Internacional
Mobilidade Acadêmica Internacional
Competências Interculturais
Internac. de Instituições de Ensino Superior
Área
Gestão de Pessoas
Tema
Carreiras e Competências
Autores
Nome
1 - José Lucas Lara de Melo UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Santa Mônica
2 - Janaína Maria Bueno UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN - Faculdade de Gestão e Negócios
3 - Carlos Roberto Domingues UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN - Faculdade de Gestão e Negócios
Reumo
Para compreender o porquê de algumas pessoas prosperarem em situações interculturais e outras não, pesquisadores introduziram o conceito de Competência Intercultural (CI), a qual pode ser definida, genericamente, como a capacidade de interagir eficazmente com indivíduos de outras culturas (MATVEEV; NELSON, 2004; SCHMIDMEIER; TAKAHASHI; BUENO, 2020). A mobilidade acadêmica internacional, por sua vez, é entendida como um programa de desenvolvimento e fortalecimento da CI devido aos potenciais ganhos que docente/discente pode usufruir durante e após a experiência, como aprendizado cultural.
) objetivo com este ensaio teórico foi discutir como a competência intercultural pode ser desenvolvida e mensurada dentro de programas de mobilidade acadêmica internacional de IES brasileiras, a partir das dimensões validadas no Cross-Cultural Competence Inventory (CCCI) de Ross et al (2009) e sua versão adaptada ao português de Guedes Neto et al (2016), sendo esta ferramenta um dos poucos instrumentos nacionais disponíveis gratuitamente. Assim como contribuir para o debate entre os estudos sobre internacionalização das IES com o desenvolvimento de CI e formação de cidadãos globais.
Por meio da mobilidade acadêmica, o indivíduo tem acesso não só a novas oportunidades de ensino e pesquisa no seu campo de estudos, mas há também a potencialização do desenvolvimento de competências interculturais, em que se aprende sobre outras culturas, aprimoram-se as habilidades para trabalhar em ambientes/equipes multiculturais e contribui-se para a transformação do indivíduo em um cidadão global, mais preparado para os desafios futuros (SPEARS, 2014; STALLIVIERI, 2017). O CCCI foi desenvolvido a partir da percepção sobre a influência que a CI exerce no sucesso de missões internacionais.
Um elemento essencial tanto para que os estudos sobre a relação da CI com programas de mobilidade acadêmica possam trazer resultados consistentes quanto para a efetividade de tais programas é que estes sejam muito bem descritos e detalhados, com suas etapas e atividades pormenorizadas, os tipos e formatos de intercâmbio claros e com indicadores de efetividade definidos. De acordo com Lune et al (2016), a IES pode incluir ações no seu programa de mobilidade acadêmica para preparar a estrutura, docentes e discentes para receber estrangeiros e para enviar docentes e discentes para o exterior.
Tanto no âmbito da pesquisa acadêmica quanto das ações institucionais, há um caminho promissor com a aproximação entre o campo de estudos das estratégias de internacionalização de IES com os estudos específicos sobre a mobilidade acadêmica, seus programas e ações, e o campo já desenvolvido dos modelos de desenvolvimento e mensuração de competência intercultural. Conclui-se que as dimensões do CCCI alinham e dão suporte às ações que devem ser consideradas no planejamento, execução e avaliação de programas de mobilidade acadêmica internacional para desenvolver a competência intercultural.
GUEDES NETO, M.; AVRICHIR, I.; SILVA, D.; FIGUEIREDO, C. C. Adaptação e validação de instrumento de medida de competências interculturais para estudantes universitários brasileiros. REGE, v. 23, p. 20-30, 2016.
CCCI: the cross-cultural competence inventory. 2009. Manuscrito apresentado ao Defense Equal opportunity Management Institute (DEOMI), Air Force Base, Florida, 2009.
LUCE, M. B.; FAGUNDES, C. V.; MEDIEL, O. G. Internacionalização da educação superior: a dimensão intercultural e o suporte institucional na avaliação da mobilidade acadêmica. Avaliação, v. 21, n. 2, p. 317-339, jul. 2016.