Resumo

No Brasil a maior parte das universidades consideradas empreendedoras classificadas no “ranking das universidades empreendedoras” são públicas e tem grande parte do seu fomento por verbas do estado (BRASIL JÚNIOR, 2019). Embora exista cerca de 2.200 instituições de ensino superior (IES) privadas no país, quase 90% do total, poucas possuem aporte financeiro em condições expressivas e em sua maioria não são consideradas como empreendedoras.

Considerando o contexto nacional, onde a maior parte das universidades empreendedoras são públicas, com estrutura orçamentária gigante, se comparada a maior parte das universidades privadas, como se dão as relações de empreendedorismo institucional nas universidades privadas? Para tanto, o objetivo geral dessa pesquisa é de revelar através de revisão sistemática de literatura como se caracterizam as universidades empreendedoras no contexto privado, por meio de revisão integrativa dos principais estudos sobre as universidades privadas.

O conceito de Universidade Empreendedora surge como uma resposta às novas demandas sociais, superando a proposta tradicional da universidade, de manter foco no ensino e pesquisa, adicionando também como foco o empreendedorismo para o desenvolvimento econômico e social (ETZKOWITZ, 2003; DE MOURA FILHO; et al., 2019). Essa mudança de papel da universidade convencional para a universidade empreendedora é complexa e apresenta uma séria de dificuldades para as instituições.

Esse estudo se trata de uma revisão sistemática de literatura elaborada em torno de um objetivo de pesquisa bastante específico, a identificação das características das universidades empreendedoras privadas (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011). Quanto ao procedimento metodológico este estudo utiliza de uma revisão integrativa que visa contemplar as seguintes etapas: 1) identificação da pesquisa; 2 Pesquisa de literatura; 3) seleção dos estudos; 4) mapeamento dos estudos; 5) Apresentação dos resultados.

Essa pesquisa buscou restringir as especificidades para contextos melhor definidos, tendo como foco as universidades privadas e em estudos realizados em países pouco ou subdesenvolvidos. A restrição de escopo da pesquisa permite a utilização dos resultados, aqui gerados, em casos e pesquisas sobre os mesmos contextos e condições. Para estudos futuros recomenda-se a utilização de outras bases científicas de pesquisa, para permitir melhor seleção de artigos para a revisão integrativa. Recomenda-se também a busca para identificar os fatores e características aqui apresentados em estudos de casos.

BOTELHO, L. L. R.; CUNHA, C. C. A; MACEDO, M. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e Sociedade. v.11, n. 5. p. 121-136. 2011. BRASIL JÚNIOR. Ranking das Universidades Empreendedoras, 2019. Disponível em: https://universidadesempreendedoras.org/ranking/. Acesso em: 26 Junho 2020. ETZKOWITZ, H. Research groups as ‘quasi-firms’: the invention. Research Policy, New York, v. 32, n. 1, p. 109-121, Janeiro 2003. ISSN 0048-7333.