O cenário mundial tem mostrado a relevância das microempresas e empesas de pequeno porte (MPEs) como uma força motriz essencial para a economia em vários países. Essas empresas enfrentam muitos desafios por possuírem recursos limitados e operarem em mercados repletos de incertezas, um cenário ideal para estudar suas práticas de gestão no tocante ao planejamento estratégico, capacidade de inovação e visão compartilhada. Apesar dessa relevância, são necessários mais estudos para compreender os efeitos do planejamento estratégico no desempenho das MPEs em países como o Brasil.
Verificar a conexão entre essas três práticas de gestão – planejamento estratégico, capacidade de inovação e visão compartilhada – e o desempenho das MPEs brasileiras.
Foi proposto um modelo conceitual com quatro hipóteses defendendo relações positivas entre a visão compartilhada e planejamento estratégico; entre planejamento estratégico e capacidade de inovação e desempenho; e entre capacidade da inovação e desempenho. O modelo também contempla quatro variáveis de controle: experiência no gestor, tempo de vida, tamanho e ciclo de vida dos pequenos negócios.
Foi realizada uma pesquisa quantitativa, de caráter descritivo e corte transversal com uma amostra de 429 gestores desses negócios foram analisados por meio da técnica de Modelagem de Equações Estruturais e da análise multgrupo. Foi utilizado o SmartPLS (Ringle, Wendel, & Becker, 2015), com 300 iterações e 5000 subamostras.
Todas as hipóteses foram confirmadas. Também, há três relações no grupo do setor de atuação no tocante à influência da variável de controle do ciclo de vida – crescimento, maturidade e rejuvenescimento – na capacidade de inovação desses negócios. Também há oito diferenças no grupo referente ao sexo dos gestores das MPEs. Primeiro, nas relações entre a visão compartilhada e a capacidade de inovação e o planejamento estratégico. Segundo, o estágio em que esses negócios se encontram em seus ciclos de vida também têm influência tanto na capacidade de inovação como no desempenho desses negócios.
Os achados mostram que o planejamento estratégico e a participação dos funcionários na formulação e compartilhamento dos objetivos têm um papel contributivo para a gestão e o dinamismo das MPEs no Brasil. Ambas as práticas contribuem para ampliar a capacidade de inovação nas MPEs e, por conseguinte, melhorar o desempenho. A experiência dos gestores influencia a elaboração do planejamento estratégico principalmente para as mulheres gestoras, ao contrário dos gestores do sexo masculino, que preferem investir no compartilhamento da visão e dos objetivos da empresa.
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