Resumo

O mercado da música brasileiro vem sendo reconhecido internacionalmente desde o início do século XXI como um importante centro de produção e consumo de música. Estudos refletem na grandeza da indústria fonográfica, sendo uma das maiores do mundo. Porém, nos últimos anos, essa indústria tem passado por distintas transformações relacionadas ao consumo (DE MARCHI, 2006). Um dos elementos que contribuíram para que o consumo e distribuição de música sofresse alterações em sua forma foi a chegada em dezembro de 2019, de um surto de pneumonia causado por um tipo de vírus conhecido como Coronavírus.

Este artigo tem como objetivo explorar o movimento do mercado com base no mercado da música e responder a seguinte pergunta de pesquisa: Como o mercado da música está lidando com as mudanças impostas pelo isolamento social ocasionado pela covid-19? Descreveremos a dinâmica do mercado musical evidenciando sua readaptação com a chegada do isolamento social imposto ao mundo, devido a COVID – 19 e os transbordamentos e enquadramentos oriundos desta nova formatação.

todo enquadramento induz ao transbordamento e alteram a configuração (ÅKERMAN & PELTOLA, 2012), toda tentativa de enquadramento está sujeita a transbordamentos (CALLON, 1997; CALLON & MUNIESA, 2005; CHRISTENSEN & SKAERBAEK, 2007; FINCH & ACHA, 2008). O enquadramento é a tentativa de estabelecer ou produzir a ordem, enquanto os transbordamentos são as desordens. Ambos são produzidos simultaneamente, entende-se com isso um ciclo sem fim. Ao enquadrar produzimos formas de transbordar e ao transbordar teremos que produzir alguma forma de reenquadrar o que está fora do padrão determinado.

Este estudo se propôs a pesquisar a forma atual de apresentação da forma como ouvimos a música e seus enquadramentos e transbordamentos que foram observados. A evoluções graduais da música e seu mercado foram sentidas após as adaptações da fita cassete, da fita cassete para o vinil, do vinil para o CD, do CD para o DVD e depois da música por download em pen drives e consequentemente, o streaming.

Mediante a um cenário epidêmico, uma atualização na forma como consumimos a música foi feita e disseminada entre a sociedade, porém, ajustes fazem-se necessários e regras devem ser revistas. O mundo da música nos traz uma importante visão de que a evolução da forma de ouvir música está feita, porém, como o artista da música fará para sobreviver em meio a este ritmo acelerado? Este artigo não se propõe a responder a este questionamento, pois, entende que não encontra respostas para tal questão, mas deixa em aberto como uma contribuição para estudos futuros e novos olhares sobre esta evolução.

ÅKERMAN, M.; PELTOLA, T. How does natural resource accounting become powerful in policymaking? A case study of changing calculative frames in local energy policy in Finland. Elsevier: Ecological Economics, Volume 80, Pages 63-69, August 2012. CALLON, M. An essay on framing and overflowing: economic externalities revisited by sociology. CALLON, M. The laws of the markets. Oxford: Blackwell, p. 244-269, 1998. DATA SIM. Impactos da Covid-19 no Mercado de Música do Brasil. Data Sim 2020. DE MARCHI, Leonardo. Indústria fonográfica e a Nova Produção Independente: o futuro da música brasileira?2006.