Resumo

Título do Artigo

DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS CLIMÁTICAS E PRESSÕES DE INVESTIDORES EM EMPRESAS DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE
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Palavras Chave

Mudanças Climáticas
Stakeholders
Riscos Climáticos

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Corporativa e de Stakeholders

Autores

Nome
1 - Thays Lyanny da Cunha Garcia da Rocha
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
2 - Mônica Cavalcanti Sá de Abreu
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuárias e Contabilidade
3 - Kessia Raquel Matos Garcia
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade – FEAAC

Reumo

Devido a particularidades na maneira como as empresas funcionam e como elas seriam afetadas pelas mudanças climáticas, não há um acordo acadêmico unânime sobre o único fator que é dito impulsionar a estratégia climática. Em vez disso, vários fatores foram identificados, como a estrutura regulatória, a demanda da sociedade, o posicionamento no mercado e a disponibilidade de tecnologia. Dada a incerteza dos efeitos das mudanças climáticas, bem como suas soluções, um bom argumento para uma ação imediata pode ser feito atendendo a demanda dos investidores.
Essa pesquisa propõe responder a seguinte questão de pesquisa: Investidores exercem pressão para que as empresas do setor de papel e celulose no Brasil formulem uma estratégia climática? As evidências empíricas coletadas e analisadas para este artigo confirmam as pressões dos investidores exercidas sobre as empresas do setor de papel e celulose.
Os motivadores para a estratégia climática podem emergir de pressões de atores do mercado ou de motivações internas, como a eficiência energética. Diferentes stakeholders exercem pressões para que as empresas reduzam suas emissões de GEE (TALBOT; BOIRAL, 2015). Os investidores demandam das empresas informações sobre os riscos referentes às mudanças climáticas. Ao relacionar resultados financeiros com resultados da estratégia climática corporativa, os investidores estão preocupados com a análise do risco e retorno do investimento (HOEPNER; MAJOCH; ZHOU, 2019).
O estudo caracteriza-se como qualitativo através de uma pesquisa de campo por meio de entrevistas com gestores de três empresas brasileiras do setor de papel e celulose, duas empresas que gerenciam ativos de investidores (assets), e representantes do Carbon Insight Action (CDP) e do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Foi realizada pesquisa documental na base de dados do CDP, ISE, relatórios de sustentabilidade e site das empresas estudadas.
Para cada empresa entrevistada é apresentada a estratégia climática corporativa, que inclui os principais marcos, os motivadores, barreiras, riscos e oportunidades, em seguida as pressões dos stakeholders, que inclui o posicionamento de mercado e as demandas dos investidores, por fim, a discussão inclui as convergências entre as estratégias, a importância dos investidores para que as empresas façam a transição para modelos de produção de baixo carbono. Existe colaboração em relação às florestas plantadas e naturais, pois as empresas, apesar de concorrentes, compartilham informações.
Ocorre um mimetismo no setor de papel e celulose em relação às estratégias de adaptação e mitigação às mudanças climáticas. As empresas identificam mais oportunidades do que riscos, e adotam estratégias focadas na transição da matriz energética e, em menor intensidade, práticas para tornar o processo produtivo e a cadeia de suprimentos mais eficientes em termos de emissões de GEE e consumo hídrico. As empresas realizam avaliação das vulnerabilidades dos negócios e adotam medidas de melhoramento genético dos recursos florestais.
HOEPNER, Andreas G. F.; MAJOCH, Arleta A. A.; ZHOU, Xiao Y.. Does an Asset Owner’s Institutional Setting Influence Its Decision to Sign the Principles for Responsible Investment? Journal Of Business Ethics, 6 jun. 2019. TALBOT, David; BOIRAL, Olivier. Strategies for Climate Change and Impression Management: a case study among canada⠹s large industrial emitters. Journal Of Business Ethics, [s.l.], v. 132, n. 2, p. 329-346, 15 ago. 2015.