Resumo

Com tantas mudanças sociais e econômicas ao longo dos últimos séculos, a mulher não apenas se inseriu no mercado de trabalho como, mais recentemente, apoiada na tecnologia proveniente das Revoluções Industriais, tornou-se digital influencer. As influencers atuam nas plataformas digitais influenciando milhares de seguidores, nos mais diversos segmentos, como por exemplo maternidade, beleza, moda, vida saudável, gastronomia, dentre outros.

Com tantos seguidores sendo influenciados, esse trabalho tem o objetivo de verificar como as influencers entendem o seu trabalho em termos de responsabilidade com o que é postado. Dito isso a pergunta norteadora deste estudo é: As influencers têm formação para produzirem conteúdo no segmento de atuação?

A partir da segunda metade do século XX iniciou-se uma transformação na sociedade moderna. As formas de entender o mundo transformaram-se com a globalização e as mudanças tecnológicas (Anderson, 1999). Em meio a essas mudanças, surgiu no século XXI a mulher digital influencer, mulheres que inicialmente escreviam em seus blogs e, com o passar do tempo, estão presentes em diversas mídias digitais. Os blogs surgiram nos anos 1990 como diários eletrônicos e no decorrer dos anos foram se profissionalizando até virarem um negócio lucrativo (Paz, 2003; Silva, Luft, Almeida & Olave, 2015).

A metodologia de pesquisa é a qualitativa, descritiva, utilizando como estratégia o método do estudo de caso. A justificativa de se considerar uma pesquisa qualitativa descritiva é por ela descrever características de grupos (Mattar, 1994), no caso deste estudo, características das mulheres digital influencers. O método é o estudo de caso, ou seja, o caso das mulheres digital influencers que, segundo Yin (2005), pode ser tratado como importante estratégia metodológica. A estratégia de coleta de dados utilizada neste trabalho foi a entrevista semiestruturada.

Por meio da análise foi possível notar que as influencers entendem que o trabalho que fazem é de muita responsabilidade, assim como aponta a literatura disponível. Verificou-se também que não existe consenso quando o assunto é estudo e formação. Cada uma se prepara da maneira que considera adequada. Nenhuma delas relatou ter buscado curso superior no seu segmento de atuação para ter mais embasamento, credibilidade ou responsabilidade ao produzir conteúdo para milhares de seguidores.

O objetivo proposto foi verificar como as influencers entendem o seu trabalho em termos de responsabilidade com a informação repassada. Verificou-se, então, que apenas duas das vinte entrevistadas possuem formação para o segmento em que atuam nas plataformas digitais. As demais falam para milhares de seguidores sem formação para tal, apenas se apoiando em suas vivências, crenças e prática diária. Em contrapartida, a responsabilidade com o que é postado, com o trabalho a ser aceito é uma constante na fala dessas mulheres.

Anderson, P. (1999). As origens da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Mattar, F. N. (1994). Pesquisa de marketing: metodologia, planejamento, execução, análise. (2. ed., 350 p.). São Paulo: Atlas. Paz, C. R. (2003). A cultura blog: questões introdutórias. Revista Famecos, Porto Alegre (22), 66-72. Silva, A. R. S., Luft, M. C. M. S., Almeida, A. S., & Olave, M. E. L. (2015). Relacionamento entre blogs de beleza e empresas de cosméticos: um estudo na perspectiva das blogueiras. GESTÃO.Org - Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, 13(Ed. Especial), 349-359.