Resumo

Título do Artigo

CIDADES INTELIGENTES ALÉM DA TECNOLOGIA: UMA REFLEXÃO
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Palavras Chave

cidades inteligentes
tecnologia
gestão

Área

Administração Pública

Tema

Gestão e Inovação em Políticas Públicas

Autores

Nome
1 - Rosiane Alves Palacios
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) - Escola de Negócios
2 - Sabrina Callegaro
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) - Programa de Pós Gradução em Administração

Reumo

A expansão das cidades e o processo de urbanização, em sua maioria sem o devido planejamento, acarretaram um crescimento populacional segmentado e caótico marcado por "ocupações periféricas e descontínuas ao redor dos perímetros municipais" (MUNIZ; SOMEKH, p. 221, 2018). Neste contexto, e sem planejamento, a população das cidades foi aumentando e diferentes tipos de problemas começaram a surgir. Atualmente, mais da metade dos 7,7 bilhões de habitantes do planeta reside em zonas urbanas e, até 2050, estima-se que esse número cresça 70% (UN, 2019).
A crescente preocupação com os problemas relativos ao urbanismo e com a ampliação de conceitos, metodologias e ferramentas como forma de melhorar a vida dos cidadãos, faz com que o conceito de cidade inteligente (CI) seja associado ao uso massivo de TIC em detrimento de outras questões pertinentes às cidades. Este estudo se propõe a fazer uma reflexão sobre os conceitos e dimensões de CIs, descrevendo elementos pertinentes às CIs, para que o debate sobre projetos de CIs possa englobar elementos que vão além da tecnologia e apresentando uma agenda de pesquisa.
Uma cidade é inteligente quando realiza investimento em infraestruturas de comunicação humanas, tradicionais (transportes) e modernas (TIC), promovendo crescimento econômico sustentável e elevada qualidade de vida, com uma gestão sensata dos recursos naturais, através de uma governança participativa (CARAGLIU; DEL BO E NIJKAMP, 2011). Uma cidade inteligente abrange várias áreas e para haver integração entre essas áreas, existem dimensões que são consideradas centrais. Essas dimensões segmentam conteúdos e auxiliam os tomadores de decisão das cidades a olhar para as diferentes esferas urbana.
Sadowski e Bendor (2019) sugerem que o domínio discursivo das empresas de tecnologia sobre o imaginário da CI exige que o significado de urbanismo inteligente seja debatido e repensado e que ocorra a criação do que chamam de “contra narrativas”. Essas contra narrativas abrem espaço para valores, projetos e modelos alternativos de cidades inteligentes que considerem as necessidades de todos os atores envolvidos. Logo, assume-se que as CI não devem funcionar ou serem concretizadas exatamente da maneira como as empresas de tecnologia estabelecem, mas a partir das reais necessidades das cidades.
Ao focar em legitimidade de atores e imaginário sociotécnico das empresas de TI, as cidades deixam de usufruir de uma oportunidade de melhorar seus processos, infraestrutura, otimizar recursos, melhorar relacionamento com cidadãos e stakeholders e qualidade de vida. Se o conceito de CI surge com uma preocupação sobre as questões sensíveis do urbanismo, é importante que essa questão esteja sempre na agenda dos decisores, pois, deste modo, pode-se optar pela adoção de soluções assertivas, provocando a reflexão sobre a escolha de melhores práticas para as cidades como é a governança colaborativa.
ANGELIDOU, Margarita. Smart city policies: A spatial approach. Cities,, v. 41, p. S3–S11, 2014. ANSELL, Chris; GASH, Alison. Collaborative governance in theory and practice. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 18, n. 4, p. 543–571, 2008. CARAGLIU, Andrea; DEL BO, Chiara; NIJKAMP, Peter. Smart cities in Europe. Journal of Urban Technology, v. 18, n. 2, p. 65–82, 2011. SADOWSKI, Jathan; BENDOR, Roy. Selling Smartness: Corporate Narratives and the Smart City as a Sociotechnical Imaginary. Science Technology and Human Values, v. 44, n. 3, p. 540–563, 2019.