Resumo

Título do Artigo

Boas práticas de sustentabilidade em MPEs de construção do semiárido nordestino
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Operações Sustentáveis
Micro e Pequenas Empresas
Construção civil

Área

Operações

Tema

Gestão de Operações Sustentáveis

Autores

Nome
1 - Anya Gomes Claudino Sales
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Campus Crateús
2 - Karina Albuquerque da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Campus de Crateús
3 - Luis Felipe Cândido
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Campus de Crateús

Reumo

A Construção Civil é conhecida pelo seu grande impacto no meio ambiente, seja pelo consumo demasiado de matéria prima ou pela perda de materiais (PASSUELLO et al., 2014), o que tem levado as construtoras a buscarem soluções sustentáveis (AGOPYAN; JOHN, 2011). Mesmo assim, ainda são incipientes os esforços para alcançar de modo sistemático o desempenho nas três dimensões da sustentabilidade, principalmente quando o canteiro de obras é considerado (VASCONCELOS; CÂNDIDO; HEINECK, 2020), alvo do presente estudo.
A preocupação com a sustentabilidade no setor de construção não é tão evidente, não englobando sistematicamente seu tripé geral (VASCONCELOS; CÂNDIDO; HEINECK, 2020), e especialmente quando se consideram as micro e pequenas empresas, especialmente porque a maior concentração de profissionais técnicos sempre ocorreu nas grandes cidades, em construções de médio e grande porte, o que contribui para perpetuar a defasagem em termos tecnológicos e de gestão. Esta é a lacuna que o presente trabalho pretende contribuir e que teve por analisar práticas de sustentabilidade em MPE do setor de construção
A fundamentação teórica do trabalho parte do conceito de sustentabilidade como um tripé das dimensões ambiental, social e econômica (ELKINGTON, 1999) e do conceito de boas práticas sustentáveis como ações inovadoras, que apresentam alguma questão relevante sobre a sustentabilidade e que apresentam boa execução, gerando resultados positivos para a empresa e os seus stakeholders com potencial de replicação por outras empresas (CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, 2012). Reflete as conversações de Carrieri (2000) sobre as bases do envolvimento das indústrias com os problemas ambientais
A presente pesquisa consistiu em um estudo de múltiplos casos com abordagem qualitativa. Por meio de uma revisão da literatura formulou um roteiro de entrevista e identificaram 50 boas práticas na literatura de gestão da construção que foram avaliados, conforme os critérios da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2012) adicionando-se uma reflexão sobre sua viabilidade em MPEs. Aplicou-se a entrevista aos proprietários de três empresas e em seguida realizou-se visitas as obras para triangulação das evidências coletadas.
Primeiro apresentou-se identificou-se 50 boas práticas de sustentabilidade na literatura verificando-se que o viés econômico está sempre presente, o que era esperado. Pode-se constatar uma compreensão do significado de sustentabilidade dos gestores de MPE associada a uma falta de uma mudança cultural, como observado por Carrieri (2000), que provoca a incorporação da questão ambiental como resposta as demandas sociais e que pode gerar um discurso verde que é ou vazio, ou incoerente, ou incongruente. Por fim, analisaram as boas práticas sustentáveis em três canteiros de obras das MPEs.
Concluiu-se pela frágil abordagem da sustentabilidade, que pouco abrange os três pilares da sustentabilidade e estão, como esperado, concentrados na dimensão econômica. Evidenciou-se um alinhamento entre o conteúdo das entrevistas e as práticas realizadas que colocam a dimensão econômica no centro do conceito de sustentabilidade. Tal conclusão corrobora a literatura que coloca as MPE em uma busca pela sua sustentabilidade financeira, dificilmente transcendendo sua estratégia para um viés mais social ou ambiental.
Guia CBIC de boas práticas em sustentabilidade na indústria da construção. Nova Lima: Fundação Dom Cabral, 2012. CARRIERI, A. P. Organização e meio ambiente: mudança cultural. In: RODRIGUES, S.; CUNHA, P. (Eds.). Estudos organizacionais: novas perspectivas na administração de empresas. São Paulo: Iglu, 2000. p.477-500. ELKINGTON, J. Cannibals with Forks: Triple Bottom Line of 21st Century Business. Chichester: John Wiley & Sons Ltd, 1999. VASCONCELOS et al. Avaliação de práticas de canteiros de obras sustentáveis: uma abordagem Lean, Green e Well-Being. Gestão & Produção, v. 27, n. 3, 2020.