Resumo

Título do Artigo

Questões de Gênero e Ascensão Profissional, Sob as Perspectivas de Mulheres em Cargos Estratégicos.
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Palavras Chave

Ascensão profissional
Gênero
Labirinto de cristal

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Gestão de Pessoas e de Equipes

Autores

Nome
1 - Giovanna de Castro Dutra
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS (UFT) - Palmas
2 - Sandra Alberta Ferreira
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS (UFT) - Curso de Administração

Reumo

A atuação da mulher no mercado de trabalho hoje, se comparado há anos atrás, aumentou numericamente em áreas, especialidades e atividades profissionais (Dias et al., 2018). Mas, apesar dos avanços que as mulheres experimentaram nas últimas décadas, as diferenças entre gêneros continuam a servir de base para as desigualdades sociais que, consequentemente, abrangem o mercado de trabalho. Sendo ainda questionável, a participação feminina nos níveis mais altos das organizações.
Para Mota-Santos et al. (2014), a discriminação e o preconceito em relação à mulher que trabalha em empresas brasileiras passam despercebidos, havendo pouca representatividade e atenção para as questões que podem ser configuradas como barreiras. Dada esta problemática, objetivou-se, discutir como as desigualdades de gênero ainda influenciam na ascensão profissional de mulheres. Para tanto, realizou-se entrevistas com quatro mulheres que ocupam cargos estratégicos, na cidade de Palmas-TO, sendo duas do âmbito público e duas de organizações privadas.
Apesar do tempo de debate sobre a diversidade de gênero e de ações afirmativas, a igualdade de gênero ainda não se concretizou e as mulheres continuam enfrentando a discriminação e desvalorização profissional. Ainda há um caminho complexo para a igualdade de gênero nos cargos estratégicos da pirâmide organizacional, devido as segregações verticais existentes. Lima (2013), diz que, mulheres experimentam obstáculos caracterizados como discriminatórios e descreve o mercado de trabalho como um “labirinto de cristal”, metáfora que ilustra sua complexidade.
O presente estudo teve uma abordagem qualitativa, levantando a percepção sobre questões de gênero e ascensão profissional, mediante entrevista com quatro mulheres que ocupam cargos em níveis estratégicos. As entrevistadas foram selecionadas pela posição hierárquica que ocupam. Optou-se por entrevistar líderes de organizações públicas e privadas, com a intenção também de levantar as perspectivas destas distintas áreas. As entrevistas foram transcritas e, deste material, iniciou-se o tratamento dos dados qualitativos, por meio da técnica de análise de conteúdo de Bardin.
Das verbalizações extraídas das entrevistas depreendeu-se as seguintes categorias temáticas: questões de gênero no processo de ascensão profissional; principais obstáculos enfrentados no ambiente de trabalho; e, estratégias para contornar as questões de gênero. Destas categorias temáticas, foi possível comparar e discutir se as questões de gênero, abordadas na composição contemporânea da fundamentação teórica desta pesquisa, são percebidas também, pelas mulheres de cargos em níveis estratégicos.
As questões associadas a preconceitos e discriminações, foram percebidas em níveis diferentes pelas entrevistadas. Notou-se pensamento semelhante, em relação a alguns assuntos como, relatos do fenômeno manterruption em reuniões de trabalho e de serem questionadas sobre suas capacidades profissionais, além das questões de assédio moral e sexual, que a maioria das entrevistadas mencionou já ter vivido ou ter percebido em relação a outras mulheres. Já a questão da diferença salarial por gênero, apontada pela literatura e em dados estatísticos, não foi percebida na trajetória profissional destas.
Dias, N. N., Santos, M. F., Pacheco, L. S. (2018). Empoderamento, Liderança e Mulher nos processos de trabalho. Anais do XXI SEMEAD – Seminários de Administração, São Paulo, Brasil. Lima, B.S. (2013). O labirinto de cristal: as trajetórias das cientistas na Física. Revista Estudos Feministas, 21(3), 883-903. Mota-Santos, C. M., Tanure, B., Carvalho-Neto, A. M. (2014). Mulheres executivas brasileiras: O teto de vidro em questão. Revista Administração em Diálogo, 16(3), 56-75.