Resumo

Título do Artigo

DESEMPENHO, TURNOVER E A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DO GESTOR: UMA ANÁLISE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES
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Palavras Chave

Desempenho
Turnover da Carteira
Capacitação profissional

Área

Finanças

Tema

Decisões de Investimento

Autores

Nome
1 - Sabrina Espinele da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD
2 - CAROLINA MAGDA DA SILVA ROMA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE (FURG) - ICEAC
3 - Robert Aldo Iquiapaza
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD

Reumo

Todo gestor de carteiras se depara com duas importantes decisões: primeira, selecionar os ativos do universo de investimentos existentes que são adequados aos objetivos de investimento e ao benchmark do fundo; e, segunda, selecionar o peso de cada ativo dentro dessa carteira. É justamente a seleção dos ativos e dos pesos adequados que permitirá ao fundo alcançar um retorno superior. Portanto, um gestor de um fundo ativo está frequentemente alterando o portfólio em busca de uma rentabilidade superior (MILAN; EID JUNIOR, 2015). Tais alterações representam o turnover.
Sendo os gestores profissionais qualificados, cuja tarefa envolve a análise e interpretação de dados, é razoável pensar que existem alguns mais bem preparados do que outros. Além disso, diante de uma suposta relação entre turnover e desempenho, o objetivo desse artigo é analisar se o desempenho dos fundos de investimentos em ações no Brasil é influenciado pelo turnover da carteira e pela capacitação profissional do gestor, especialmente formação acadêmica, titulação em uma pós-graduação ou obtenção de certificação do tipo Chartered Financial Analyst (CFA).
As habilidades gerenciais são um fator importante, pois as decisões de investimento dos gestores são tomadas com base em suas habilidades pessoais e suas preferências de risco (GOLEC, 1996), que, em alguns casos, poderiam ser influenciadas por sua capacitação, sendo interessante analisar se essa interação de fato existe.
Analisou-se uma amostra de 130 fundos de ações livres, no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2018. A metodologia consistiu na análise de duas medidas de turnover — uma baseada nas alterações monetárias dos ativos na carteira e outra na troca dos pesos dos ativos — e duas métricas de desempenho: alfa de Jensen pelo modelo de Carhart (1997) e índice de Sharpe, ajustado pelo procedimento de Israelsen (2005). As estimações foram realizadas com base na utilização de equações simultâneas.
Observou-se a existência de uma relação positiva entre o turnover da carteira e o desempenho dos fundos, assim como que características dos gestores tais como idade, tempo na gestão do mesmo fundo, formação acadêmica e certificação profissional são relevantes na determinação do desempenho. No que concerne aos determinantes do turnover da carteira, observou-se que idade, tempo na gestão do mesmo fundo e formação acadêmica, influenciam o nível de turnover da carteira.
Gestores mais jovens, formados em Economia e que possuem CFA tendem a gerar melhor desempenho tanto em termos de alfa quanto de índice de Share. Além disso, contatou-se que gestores mais velhos, os que estão há um menor tempo na gestão do mesmo fundo e os formados em Administração são os que realizam maiores alterações na carteira.
PÁSTOR, Ľ.; STAMBAUGH, R. F.; TAYLOR, L. A. Do Funds Make More When They Trade More? Journal of Finance, v. 72, n. 4, p. 1483–1528, 2017. CHAMPAGNE, C.; KAROUI, A.; PATEL, S. Portfolio Turnover Activity and Mutual Fund Performance. Managerial Finance, v. 44, n. 3, p. 326–356, 2018. CHEN, R. et al. Mutual fund managers’ prior work experience and their investment skills. Financial Management, v. 47, n. 1, p. 1–22, 2017. CHEVALIER, J. A.; ELLISON, G. Career Concerns of Mutual Fund Managers. The Quarterly Journal of Economics, v. 114, n. 2, p. 389–432, 1998.