Resumo

Título do Artigo

Home-office em meio à pandemia: impactos sobre os trabalhadores do ingresso não planejado em uma nova modalidade de trabalho
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Palavras Chave

Home-office
Teletrabalho
Covid-19

Área

Gestão de Pessoas

Tema

A Gestão de Pessoas diante da COVID-19

Autores

Nome
1 - Victor Cláudio Paradela Ferreira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
2 - Débora Vargas Ferreira Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO (UFRRJ) - Departamento de ciências administrativa e sociais
3 - Débora Magalhães kirchmair
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Juiz de Fora
4 - Marcela Pereira Certo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Juiz de Fora

Reumo

O crescimento da adoção do home-office costuma ser analisado pelas vantagens que podem ser proporcionadas para as empresas, os trabalhadores e a sociedade como um todo. A pandemia da Covid-19 fez, porém, com que muitas pessoas tivessem que ingressar nessa modalidade de maneira não planejada, sem condições de prover os recursos necessários e preparar-se para uma mudança tão radical no modo de trabalhar. A adoção do trabalho remoto, nessas circunstâncias, pode gerar transtornos, transformando o que seria uma interessante opção em uma fonte de problemas.
Partindo do pressuposto de que a entrada não planejada no trabalho remoto pode ter gerado benefícios mas também ter sido problemática para as empresas e os trabalhadores envolvidos, a pesquisa aqui apresentada buscou respostas para a seguinte questão central: “que vantagens e problemas a adesão compulsória ao home-office gerou, na percepção dos trabalhadores que nele ingressaram devido à pandemia do Covid-19?”. O objetivo do estudo foi, então, identificar as vantagens e os problemas gerados pela adesão compulsória ao home-office, derivada do isolamento imposto pela pandemia do Covid-19.
A revisão da literatura teve foco nas características do home-office, sendo destacadas, principalmente, suas possíveis vantagens e limitações, assim como os cuidados que são recomendados na sua adoção. Foi, então, buscado suporte em autores como Barbosa e Pereira (2014); Barros e Silva (2010); Felippe (2018); Filardi, Castro e Zanini (2020) e Rocha e Amador (2018). Nos textos analisados, além de reflexões conceituais foram encontradas pesquisas que proporcionaram análises comparativas com o que foi encontrado no campo na investigação aqui relatada.
A abordagem adotada foi qualitativa (YIN, 2016), buscando a captura da subjetividade dos entrevistados e teve caráter descritivo (TRIVIÑOS, 2011), destacando os principais aspectos do objeto estudado sem o compromisso de estabelecer relações de causa e efeito. O corpus da pesquisa foi constituído por 26 pessoas que foram obrigados a aderir ao home-office em função do isolamento social imposto pela pandemia do Covid-19, com as quais foram realizadas entrevistas do tipo compreensiva (KAUFMANN, 2013), sendo os resultados analisados com base nos procedimentos da análise de conteúdo (BARDIN, 2011).
A despeito de terem sido destacados, nas entrevistas, diversos fatores positivos, ficou claro tratar-se de uma experiência com efeitos bem distintos de uma pessoa para a outra como se viu, por exemplo, em relação à administração do tempo de trabalho, pois houve pessoas que disseram estar sendo beneficiadas, enquanto outras revelaram angústia por não conseguirem por limites em termos de disponibilidade para atendimentos. Foi possível perceber, que uma boa adaptação a essa nova forma de trabalhar é viável, embora tenha sido prejudicada pela forma não planejada como foi adotada.
O home-office representa uma opção que já tinha uma crescente adoção e que, após a pandemia, deve ganhar um impulso ainda maior, como demonstrado pelos entrevistados que desejam nele permanecer, ainda que em tempo parcial. Para um melhor aproveitamento das vantagens e a minimização dos problemas trazidos por esse sistema, é fundamental, todavia, uma conscientização dos principais envolvidos: gestores, trabalhadores e seus familiares, da necessidade de adaptar seus comportamentos e garantir condições adequadas, de modo a beneficiar a produtividade e preservar a saúde física e mental.
BARROS, Alexandre Moço; SILVA, José Roberto Gomes. Percepções dos indivíduos sobre as consequências do teletrabalho na configuração home-office : estudo de caso na Shell Brasil. Cadernos EBAPE, v. 8, n. , mar. 2010. FILARDI, Fernando. CASTRO, Rachel Mercedes P. de; ZANINI, Marco Tulio Fundão. Vantagens e desvantagens do teletrabalho na administração pública. Cadernos EBAPE.BR, v. 18, nº 1, Rio de Janeiro, Jan./Mar. 2020. RAFALSKI, Julia Carolina; ANDRADE, Alexsandro Luiz de. Home-office : Aspectos Exploratórios do Trabalho a partir de Casa. Temas em Psicologia, v. 23, n. 2, p. 431-441, 2015.