Resumo

Título do Artigo

Dimensão social dos empreendedores de startups de tecnologia: mobilização e conversão de capitais
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Palavras Chave

Empreendedor
Startup
Capitais

Área

Empreendedorismo

Tema

A figura do Empreendedor: Perfil, Personalidade, Comportamento e Competências

Autores

Nome
1 - Clarissa Dourado Freire
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR) - Departamento de Engenharia de Produção
2 - Mario Sacomano Neto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR) - Organizações e Sistema Públicos e Engenharia de Produção
3 - Alistair Anderson
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR) - dep

Reumo

Conhecer o empreendedor é uma questão chave nos estudos do empreendedorismo. Observamos um paradigma dominante, relacionado ao mainstream da economia, os classificando como homoeconomicus, ou seja, são atores atomizados em busca da maximização dos recursos (Ogbor, 2000). Esse trabalho busca ampliar essa discussão, propondo que empreender é uma prática relacional e social, e que os capitais econômico, social, cultural e simbólico (Bourdieu, 1986) mobilizados ao longo da trajetória dos empreendedores de startups são recursos importantes para iniciar e desenvolver um negócio.
Questão de pesquisa “qual é o papel dos capitais mobilizados ao longo da trajetória dos empreendedores para a fundação e o desenvolvimento das startups de tecnologia?”. Os objetivos são: identificar quais são os capitais mobilizados ao longo da trajetória dos empreendedores de startups; Como esses capitais vão se convertendo entre si e como os empreendedores empregam esses capitais em suas atividades; Compreender como o espaço social em que eles estão inseridos facilitam o acesso a esses capitais e quais os efeitos desses capitais na transformação dos atores em empreendedores.
Para a realização dessa pesquisa empregamos como lente teórica a perspectiva de capitais empregada por Bourdieu (1986), que amplia o conceito para além do capital econômico, mas também social, cultural e simbólico.Quanto maior a acumulação desses capitais pelo empreendedor mais dominante ele será dentro do espaço social em que está inserido (Clercq & Voronov, 2009). Os capitais não são fixos, são passíveis de conversão e reconversão entre si de diferentes formas ao longo da trajetória dos atores.
A partir de uma abordagem qualitativa, realizamos um estudo de caso múltiplo com 5 empreendedores de startups no estado de São Paulo, com a aplicação de entrevistas em profundidade, empregando como método de análise a abordagem interpretativista (Burrel & Morgan, 1979).
A trajetória dos empreendedores pode ser divida em três fases. A primeira precede a fundação da startup, em que há uma predominância do capital econômico que consequentemente dá acesso ao cultura, por meio de acesso a escolas e universidades de prestígio. Na segunda fase, se dá a fundação da startup, o capital humano, cultural e social, pois são empresas baseadas em alto conhecimento intelectual. Por fim, a última fase, é o estágio atual das startups, o capital simbólico se destaque reconhecimento delas como empreendedores bem como capital social, por meio de uma rede de contatos.
Os capitais mobilizados por meio da origem social dos empreendedores exercem influência direta em suas atividades enquanto empreendedores, com destaque para o capital econômico que garante acesso a educação de elite. Ainda o capital cultural ocupa papel de grande importância no desenvolvimento da startup em si, uma vez que quase todos atuam em suas áreas de formação, garante ao empreendedor habilidade de compreender os códigos envolvidos no processo empreendedor. O capital social e simbólico se destacam no estágio atual das empresas
Bourdieu, P. (1986). The forms of capital.New York, Greenwood. Burrell, G. & Morgan, G. (1979). Sociological Paradigms and Organisational Analysis: Elements of the Sociology of Corporate Life. London: Heinemann. Clercq, D. & Voronov, M. (2009). Toward a practice perspective of entrepreneurship: Entrepreneurial legitimacy as habitus. International Small Business Journal, 27(4), 395-419. Ogbor, J. O. (2000). Mythicizing and reification in entrepreneurial discourse: Ideology‐critique of entrepreneurial studies. Journal of management studies, 37(5), 605-635.