Resumo

Título do Artigo

Aprendizagem durante a quarentena no Brasil: percepções das diferentes gerações
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Palavras Chave

Aprendizagem
Gerações
Quarentena

Área

Estudos Organizacionais

Tema

COVID-19, Organizações e Sociedade

Autores

Nome
1 - Natacha Bertoia
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - CCSA
2 - Lina Eiko Nakata
FIA-Fundação Instituto de Administração - Proced
3 - Eduardo Caruso Martins
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Butantã

Reumo

A nova condição da pandemia obrigou as pessoas a encontrarem novas formas de realizarem tarefas cotidianas, permitindo novas oportunidades de aprendizagem. No entanto, como os indivíduos aprendem de maneira diferente, existem várias possibilidades de análise, sendo uma delas o aspecto geracional. Ressalta-se que existem poucos estudos internacionais que relacionam o tema de gerações com aprendizagem, pois a maioria deles concentra-se em relacionar as diferenças de gerações com seus respectivos valores de trabalho.
O estudo busca contribuir para o debate sobre a existência das gerações no Brasil, bem como a aprendizagem dos indivíduos durante a quarentena. O objetivo do trabalho foi analisar a percepção das gerações no processo de aprendizagem no contexto profissional durante a quarentena no Brasil. Como objetivos específicos: verificar as características dos indivíduos de cada geração em relação às suas preferências e identificação; relacionar os estilos de aprendizagem para as pessoas de cada geração, e levantar quais foram os aprendizados durante a quarentena, considerando as gerações.
Quanto às gerações, foi considerada a divisão apresentada por McDowell (2010), que aponta os tradicionalistas como os nascidos até 1945, os Baby Boomers como nascidos de 1946 até 1964, a geração X que inclui os nascidos de 1965 até 1979 e a geração Y representada pelos nascidos de 1980 até 1999, e a Geração Z, de 2000 em diante. Flach e Antonello (2010) explicam que a aprendizagem informal nas organizações é orientada pela premissa que os indivíduos em todo o momento realizam tarefas, fazem asserções, resolvem problemas e cooperam com os colegas de trabalho.
Realizou-se uma survey eletrônica, que permitiu respostas num questionário via internet, durante a quarentena no Brasil, no mês de junho de 2020. O questionário possui três partes principais, com questões fechadas e abertas. Utilizou-se a abordagem não-probabilística para a amostra. Foram 492 respondentes, 61% mulheres, com 42 anos de idade, em média. Para a análise de dados, aplicou-se técnicas estatísticas para as perguntas fechadas e a análise de conteúdo para as perguntas abertas.
Os grupos geracionais não apresentaram as descrições mais relacionadas com eles, de acordo com o que se observa do referencial teórico, com origens norte-americanas. Em relação à questão geracional e aos estilos de aprendizagem, foi possível confirmar que as gerações X, Y e Z mostraram forte adesão às suas preferências de como aprendem melhor. A partir dos 598 aprendizados profissionais explicitados pelos participantes, inicialmente identificou-se 26 categorias. O aprendizado de novas tecnologias foi a mais presente. Houve aprendizados em aspectos comportamentais, conhecimentos e habilidades.
A pesquisa evidenciou que as características dos indivíduos das gerações Baby boomers e X divergem da teoria, ao passo que a geração Y confirmou em alguns aspectos e a Z totalmente. Isto pode ter ocorrido pelo simples fato de os indivíduos estarem num contexto diferenciado, a quarentena, que pode ter provocado diferentes reflexões sobre a realidade. Contudo, a forma como os indivíduos de cada geração prefere aprender foi confirmada, mesmo considerando que o contexto da pandemia tenha incentivado novas formas de aprendizado.
FLACH, L.; ANTONELLO, C. S. A teoria sobre aprendizagem informal e suas implicações nas organizações. Revista Gestão.Org, v. 8, n. 2, p. 193-208, 2010. MCDOWELL, L. Generational preferences for knowledge transfer. Knowledge Work, p. 83-96, 2010. Disponível em: . Acesso em: 20 agosto 2011.