Resumo

Título do Artigo

O papel da escala e do escopo do laboratório na colaboração universidade-empresa
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Palavras Chave

Colaboração universidade-empresa
Drivers da colaboração
Laboratórios de pesquisa

Área

Gestão da Inovação

Tema

Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia

Autores

Nome
1 - Alexandre Aparecido Dias
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEARP
2 - Sérgio Kannebley Júnior
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - fearp

Reumo

Os governos e a sociedade têm incentivado que as universidades expandam suas missões para além do ensino e da pesquisa e fortaleçam a colaboração com a indústria. Os retornos da colaboração UE são associados ao aumento do nível de investimento em P&D e da produtividade do trabalho (Crespi e Zuniga 2012), ao avanço da fronteira tecnológica, à introdução de inovações no mercado (Giannopoulou et al. 2019), à alavangem da capacidade de inovação das empresas e à expansão das fontes de recursos para pesquisa (Lin 2017), o que faz desta agenda crucial para governos, universidades e empresas.
A maioria dos trabalhos adota a universidade como nível de agregação para analisar a colaboração UE, entretanto, o laboratório é geralmente o lócus onde os pesquisadores trabalham colaborativamente. Essa pesquisa investiga como a escala e o escopo dos laboratórios estão associados com a colaboração UE. Especificamente, buscamos responder à seguinte pergunta: como a escala dos laboratórios – definida por sua estrutura de pessoal e sua infraestrutura de equipamentos – e o escopo de atividades realizadas estão relacionados com a intensidade das colaborações mantidas com empresas?
No nível individual, o status acadêmico dos pesquisadores, sua experiência prévia com pesquisa colaborativa e suas motivações intrínsecas produzem externalidades sobre a colaboração UE (Bruneel et al. 2010; D’este e Perkmann 2011). Entretanto, os mecanismos que sustentam a colaboração também dependem das características das universidades, como a escala do financiamento e da equipe acadêmica (Giunta et al. 2016; Huang e Chen 2017), bem como o escopo de atividades acadêmicas (Maietta 2015).
A partir de uma base de dados exclusiva que reúne informações de 1.198 laboratórios de pesquisa universitários brasileiros, adotamos um modelo econométrico multinomial logit com resultados ordenados para examinar a relação entre a intensidade da colaboração UE e a escala e o escopo de atividades ao nível do laboratório.
As evidências indicaram que para cada um não pesquisador adicional no laboratório, a probabilidade do laboratório colaborar mais intensamente com as firmas aumenta 1,3%. O aumento de 1% no valor dos equipamentos implica em uma probabilidade 3,5% maior do laboratório se engajar ativamente na colaboração UE. Por outro lado, a intensidade da colaboração diminui com o aumento da proporção de doutores no quadro permanente do laboratório. Constatou-se que a colaboração UE é complementar às atividades de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços tecnológicos.
A organização dos laboratórios está associada à colaboração UE. O financiamento da pesquisa deve promover a melhoria e a ampliação da infraestrutura de seus equipamentos, com o respectivo avanço da fronteira tecnológica dentro sua área de atuação. Em termos da estrutura de pessoal dos laboratórios, é importante reconhecer a relevância de todas as categorias de trabalho diante da amplitude de atividades das quais a colaboração UE se beneficia e incentivar a participação de indivíduos com experiência não acadêmica com expertise em conectar a universidade e a empresa.
Bruneel, J. et al. (2010). Research Policy, 39(7), 858–868. Crespi, G., & Zuniga, P. (2012). World Development, 40(2), 273-290. D’este, P., & Perkmann, M. (2011). The Journal of Technology Transfer, 36(3), 316–339. Giannopoulou, E. et al. (2019). Research Policy, 48(1), 223–233. Giunta, A. et al. (2016). The Journal of Technology Transfer, 41(4), 818–840. Huang, M., & Chen, D. (2017). Technological Forecasting & Social Change, 123, 210–215. Lin, J. (2017). Technological Forecasting & Social Change, 123, 216–228. Maietta, O. W. (2015). Research Policy, 44(7), 1341–1359.