Resumo

Título do Artigo

REDES INTERORGANIZACIONAIS DE COOPERAÇÃO: Análise da Relação entre Configuração, Práticas de Governança e Coevolução
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Palavras Chave

Configuração de Rede
Práticas de Governança de Rede
Coevolução

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Cluster e Redes de Negócios

Autores

Nome
1 - Érika Mayumi Kato-Cruz
UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA (UNOESTE) - Presidente Prudente/SP
2 - Sergio Bulgacov
UNIVERSIDADE POSITIVO (UP) - PPGA
3 - Luciana Iwashita da Silva
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL INACIANA PE SABÓIA DE MEDEIROS (FEI) - SBC

Reumo

O estudo da evolução da governança é ponto fundamental para o entendimento da efetividade das redes como propulsoras de competitividade. Tal apontamento direciona o campo para uma necessidade de análise de governança sob o olhar das práticas com o intuito de melhor compreender a dinâmica de redes e o papel da governança. Nesse contexto, alinhado a relevância do contexto ambiental nos estudos que tratam de estratégia e organizações, com a ampliação da visão para o caráter institucional, tem-se a perspectiva coevolucionária como um campo interessante de pesquisa.
O presente trabalho se propõe a responder a seguinte questão de pesquisa: como se dá a relação entre coevolução e governança de rede, com foco nos aspectos configuracionais e de práticas de governança? Dessa forma, objetiva-se compreender o funcionamento de três redes interorganizacionais de cooperação do Paraná e de São Paulo sob a análise dos microfundamentos da coevolução das firmas, e destas com a rede, ao longo de seus processos transacionais, bem como dos mecanismos de controle que regem tal relacionamento.
O estudo debate as literaturas sobre redes, governança e coevolução sob a perspectiva de práticas sociais e trocas processuais. Configuração de rede, assim, consiste nos aspectos que definem o perfil, a gestão e os relacionamentos existentes em uma rede, enquanto que a governança de rede é a instância maior de uma rede e que direciona as decisões dos gestores das organizações rumo ao alcance de seus objetivos. Por fim, a coevolução pode ser vista como o resultado esperado em um processo colaborativo em rede, envolvendo influência mútua entre os participantes, e destes com a rede.
A pesquisa adotou uma abordagem indutiva e processual para análise do fenômeno. Trata-se de um estudo de múltiplos casos que fez uso de observações assimétricas, entrevistas, análises documental e bibliográfica para a coleta dos dados. A escolha dos casos ocorreu de forma intencional e por conveniência, e seguiu critérios pré-estabelecidos de seleção. Seguindo a abordagem evolucionária, a referida pesquisa se caracteriza como transversal com enfoque longitudinal. Para melhor sistematização dos achados e apoio à análise de conteúdo realizada, optou-se pelo uso do software ATLAS.ti.
Os resultados apontam para a existência de aspectos coevolucionários nos relacionamentos em rede, com destaque para o compartilhamento de custos, assim como ganhos relativos a troca de conhecimentos e experiências. A coevolução, assim, é uma realidade entre as empresas, e entre elas e a rede, todavia, em níveis diferentes. A configuração da estrutura e das práticas de governança dos arranjos influenciam na coevolução na medida em que contribui para a publicização das ações e o alinhamento de interesses dos agentes envolvidos.
A coevolução se faz presente nas redes analisadas com relação a aspectos econômicos e sociais, de modo que as ações cooperativas proporcionadas pelo arranjo contribuem para a redução de custos de transação e as informações trocadas ao longo das atividades levam as empresas a repensarem os seus negócios e agirem para sua melhoria. A análise de influência da relação entre configuração de rede e de suas práticas de governança com a coevolução demonstra que o perfil da rede e de seus relacionamentos se alinha as práticas de governança adotadas e direcionam as ações que levam a coevolução.
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