Resumo

Título do Artigo

E AGORA? SUCEDER OU NÃO? Discussão sobre os motivos que influenciam na sucessão familiar
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Palavras Chave

Sucessão Familiar
Propriedade Rural Familiar
Perspectiva Orientada aos Atores

Área

Agribusiness

Tema

Governança e Sucessão

Autores

Nome
1 - Candida Belarmino Busatto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL) - Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Territorial e Sistemas Agroindustriais
2 - Alisson Eduardo Maehler
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL) - Departamento de Administração
3 - Michele Raasch
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Programa de Pós-graduação em Administração

Reumo

A existência e a continuidade de propriedades rurais familiares são assuntos importantes para a economia e o desenvolvimento do território brasileiro. Percebe-se que mesmo existindo uma atenção voltada à preparação do processo sucessório, ela ainda é pouco utilizada pelas famílias. Há indicação da possibilidade de investigar os motivos intrínsecos de cada ator sobre suceder ou não, e realizar análises onde sucessores e sucedidos sejam ouvidos, para que sejam compreendidas, de ambos os lados, as visões em relação aos seus projetos de vida e à propriedade (SPANEVELLO et al., 2011).
A pesquisa buscou responder a seguinte questão: Quais são os elementos que influenciam na tomada de decisão da sucessão familiar, em propriedades rurais familiares do município de Canguçu, a partir da perspectiva orientada aos atores? Com isso o objetivo geral da pesquisa é compreender quais elementos internos e externos influenciam na tomada de decisão da sucessão familiar, em propriedades rurais de pequeno porte do interior de Canguçu/RS.
A Perspectiva Orientada aos Atores, no estudo da sucessão familiar rural, enfatiza a importância de olhar para as construções dos projetos de vida dos sucessores, as arenas os quais estão inseridos, e as interações entre atores e objetivos, as interfaces. A família é constituída por atores, e como projeto procura manter a propriedade familiar através da sucessão de alguém do núcleo; a propriedade rural familiar é o campo fértil para que esses projetos aconteçam, é a arena onde inicia todo o processo envolvendo a sucessão (LONG, 2001).
A pesquisa qualitativa, descritiva, com uso do estudo de caso. Para coleta das informações foram realizadas sete entrevistas, pré-testadas anteriormente, com sucessores e sucedidos. As entrevistas foram elaboradas a partir dos elementos internos e externos que influenciam na sucessão familiar. A amostragem da pesquisa foi definida por saturação, também foi realizada observação in loco, fotografias, e caderno de campo. Foi realizada a triangulação de dados, e análise de conteúdo com base na Perspectiva Orientada aos Atores.
A partir do modelo tridimensional de desenvolvimento da empresa, observou-se que as propriedades rurais familiares pesquisadas não seguem o processo formal do modelo. Percebeu-se a influencia dos elementos externos e internos na decisão dos sucessores. No entanto, foi possível perceber que nos casos analisados, alguns elementos, como as condições produtivas, a comunicação familiar desde cedo, iniciativa do sucessor em querer assumir a propriedade, possuem mais influência que outros na decisão de sucessão, ainda foram identificadas possíveis barreiras para o processo de sucessão.
O estudo buscou compreender quais elementos internos e externos influenciaram na tomada de decisão da sucessão familiar, para isso utilizou-se dos elementos da abordagem a Perspectiva Orientada aos Atores, e do modelo tridimensional de desenvolvimento da empresa. Foi possível identificar nas entrevistas que as propriedades não seguem o padrão proposto pelo modelo tridimensional. Além de apresentarem elementos internos e externos com maior e menor influência sobre a sucessão. Foram ainda identificadas barreiras e facilitadores da sucessão familiar de propriedades rurais familiares.
LONG, N. Development Sociology: actor perspectives. London: Routledge, 2001. SPANEVELLO, R. M. et al. A migração juvenil e implicações sucessórias na agricultura familiar. Revista de Ciências Humanas, v. 45, n. 2, p. 291-304, 2011.