Resumo

Título do Artigo

FUTEBOL FEMININO NOS CLUBES PROFISSIONAIS: FATORES INSTITUCIONAIS E REFLEXOS NO DESEMPENHO
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Palavras Chave

Futebol feminino
Fatores institucionais
Desempenho

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - ANNA BEATRIZ GRANGEIRO RIBEIRO MAIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
2 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC

Reumo

Promover a participação de mulheres no futebol passou a compor a agenda de órgãos internacionais do futebol, como a Fédération Internationale de Football Association [FIFA], a Confederação Sul-Americana de Futebol [Conmebol] e a Union of European Football Associations [UEFA]. Porém, enquanto taxas de participação e investimentos aumentaram nos últimos 25 anos, alguns atributos institucionais – como demanda consistente de espectadores – que podem ajudar a criar vantagem competitiva sustentável, continuam a ser apontados como desafios estratégicos enfrentados no futebol feminino.
Destarte, em face do contexto do estudo, e considerando as lacunas citadas, a presente pesquisa procura responder às seguintes questões: Que fatores impulsionam a estrutura do futebol feminino? Quais reflexos a estrutura do futebol feminino proporciona no desempenho dos clubes profissionais? Sob este prisma, a pesquisa tem por objetivo geral analisar os fatores que impulsionam a estrutura do futebol feminino e seu possível reflexo no desempenho dos clubes profissionais das ligas mais fortes do mundo.
Com base nos argumentos oferecidos pela literatura, ainda incipiente, sobre futebol feminino, pelos estudos sobre o futebol masculino que guardam harmonia em relação a este, bem como pressupostos da Teoria Institucional (DIMAGGIO; POWELL, 1983) e da RBV (BARNEY, 1991; PENROSE, 1959; RUMELT, 1984; WERNERFELT, 1984), as hipóteses consideradas são, respectivamente: H1: O ambiente institucional afeta a estrutura de futebol feminino dos clubes. H2: Clubes profissionais com estrutura de futebol feminino possuem desempenho superior aos clubes profissionais sem estrutura de futebol feminino.
Trata-se de uma pesquisa exploratória teórico-empírica contábil, sob abordagem positivista, predominantemente quantitativa, com dados secundários, referente ao exercício de 2017-2018, e aplicação de técnicas uni e multivariada (estatística descritiva, análise de clusters, análise de variância e teste-t para amostras independentes), a partir do SPSS®. A amostra é composta por 61 clubes que fazem parte do Nível 4, ligas mais fortes do mundo, do ranqueamento do IFFHS (2019), provenientes de seis nacionalidades (argentinos, brasileiros, espanhóis, franceses, ingleses e italianos).
Foram encontrados três fatores que impulsionam a estrutura do futebol feminino: (1) Pressão dos stakeholders; (2) Pressão por Diversidade; (3) Tamanho do clube. A amostra foi agrupada em três clusters, sendo a maioria (65,57%) no cluster 2 - Estrutura de futebol feminino em desenvolvimento. Os clubes com estrutura de futebol feminino obtiveram desempenho econômico-financeiro (ROA e ROE) médio superior aos demais, contudo, há diferenças estatisticamente significantes apenas quanto às médias de performance do capital humano (PCH).
Os resultados ratificam o pressuposto com base na Teoria Institucional de que os clubes de futebol podem ser afetados por diferentes mecanismos institucionais de isomorfismo, confirmando a primeira hipótese. Contudo, sinalizam diferenças estatisticamente significantes entre as médias apenas quanto à performance do capital humano (PCH), rejeitando a segunda hipótese. Todavia, apesar do rigor metodológico, os resultados foram obtidos a partir de uma amostra intencional de clubes profissionais, em geral, com baixo nível de evidenciação, de modo que as conclusões não podem ser generalizadas.
BARNEY, J. B. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, v. 17, n. 1, p. 99-120, 1991. DIMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W. The iron cage revisited: institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, v. 48, n. 2, p. 147-160, 1983. PENROSE, E. T. The theory of the growth of the firm. New York: Wiley, 1959. RUMELT, R. P. Foreword. In: HAMEL, G.; HEENE, A. Competence-based competition. New York: John Wiley, 1984. WERNERFELT, B. A resource-based view of the firm. Strategic Management Journal, n. 5, p. 171-180,1984