Resumo

Título do Artigo

Mecanismos de Apropriação da Inovação em Projetos Colaborativos de Serviços Empresariais Intensivos em Conhecimento
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Palavras Chave

Apropriação
Colaboração
KIBS

Área

Gestão da Inovação

Tema

Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia

Autores

Nome
1 - MARCOS GROSSI DE ALMEIDA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL INACIANA PE SABÓIA DE MEDEIROS (FEI) - Campus São Paulo
2 - Henrique Machado Barros
Centro Universitario FEI - Departamento de Administração - Campus São Paulo

Reumo

Em processos colaborativos, como no caso dos serviços empresariais intensivos em conhecimento (KIBS - Knowledge Intensive Business Services), nos quais a inovação ocorre predominantemente por meio do compartilhamento de conhecimento envolvido nos projetos colaborativos, as empresas inovam por meio de fluxos de conhecimento interfirma. Nesse contexto, proteger e controlar adequadamente o fluxo de conhecimento para evitar a imitação é uma questão ainda mais central para a apropriação da inovação. Configura-se, dessa forma, um dilema a essas empresas entre proteger ou compartilhar o conhecimento.
Os trabalhos sobre apropriação abordam de forma tangencial como as escolhas que envolvem a apropriação se desenvolvem nos projetos de colaboração, fixando-se em “qual” e não “como” um dado conjunto de mecanismos de apropriação é escolhido. Ademais, a abordagem investigativa em apropriação da inovação usa, normalmente, como unidade de análise, as próprias empresas inovadoras, e não os fluxos de conhecimento em um dado projeto colaborativo, sendo esta uma lacuna no conhecimento que este trabalho vai preencher.
Em um cenário competitivo de fácil imitação os mercados não funcionam corretamente, com os ganhos advindos da inovação distribuídos de forma distorcida, resultando em um desincentivo ao esforço inovador (TEECE, 1986). Em última análise, apropriar-se da inovação expressa a capacidade da firma de obter retornos superiores aos investimentos realizados na sua criação (NELSON; WINTER, 1982). De modo geral, a inovação desenvolvida pelas KIBS envolve intenso fluxo de conhecimento, potencializando as questões referentes à apropriação da inovação (AMARA; LANDRY; TRAORÉ, 2008; MIOZZO et al., 2016).
O trabalho envolveu uma técnica de pesquisa qualitativa, exploratória, baseada em estudo de múltiplos casos. A escolha por estudo de múltiplos casos considerou o interesse em explorar com profundidade processos colaborativos suportados por fluxo de conhecimento interfirmas. Foram estudadas 3 díades colaborativas, o que permitiu comparar percepções dos agentes acerca da apropriação da inovação em um mesmo esforço inovador. A unidade de análise adotada foi o projeto inovador tomado de forma longitudinal retrospectiva, em uma modelagem de pesquisa orientada a processo.
Os estudos de casos evidenciaram que o desenvolvimento da inovação por meio da colaboração transforma o conhecimento em extensão e grau de codificação, conferindo uma natureza dinâmica à base de conhecimento à medida do progresso do projeto inovativo. Tal dinâmica afeta as escolhas acerca dos mecanismos de apropriação, com o propósito tanto de prevenir imitação como de sustentar a capacidade inovativa. Além disso, os mecanismos de apropriação são relacionados à transformação do conhecimento, à exposição do fluxo de conhecimento e à percepção de valor da inovação.
O trabalho permite concluir que a apropriação da inovação em projetos colaborativos de serviços intensivos em conhecimento está relacionada à exposição do fluxo de conhecimento na colaboração, resultando em uma adoção combinada de mecanismos de apropriação que protejam tanto o conhecimento codificado por meio de medidas técnicas de restrição ao seu acesso, como o conhecimento tácito por meio de controles do fator humano. Desse modo, os mecanismos de apropriação da inovação são dinâmicos, marcantemente combinados entre formais e informais.
AMARA, N.; LANDRY, R.; TRAORÉ, N. Managing the protection of innovations in knowledge-intensive business services. Research Policy, v. 37, n. 9, p. 1530–1547, 2008. ARORA, A.; ATHREYE, S.; HUANG, C. The paradox of openness revisited: Collaborative innovation and patenting by UK innovators. Research Policy, v. 45, n. 7, p. 1352–1361, abr. 2016. BOLISANI, E.; PAIOLA, M.; SCARSO, E. Knowledge protection in knowledge-intensive business services. Journal of Intellectual Capital, v. 14, n. 2, p. 192–211, 2013.