Resumo

A avaliação de desempenho da equipe ganhou importância nas últimas décadas (Marriage & Kinnear, 2016) com o aumento no interesse de estudos acadêmicos e profissionais, alegando que a relevância do resultado do desempenho de equipe é superior ao resultado do desempenho de cada colaborador (Aybas & Uyargil, 2017). Soares et al. (2019) destaca a relevância da aplicação de instrumentos que identifiquem lacunas que possam ser aprimoradas e desenvolvidas, por meio de metodologias de ensino-aprendizagem junto aos colaboradores, visando a melhoria da atuação profissional.

São necessárias pesquisas que permitam refletir sobre avaliação de desempenho, a fim de contribuir cientificamente na identificação e busca de soluções para os problemas práticos vivenciados nas organizações (Matos et al., 2019). Considerando o exposto, o artigo tem como objetivo desenvolver um instrumento para avaliar o desempenho coletivo de equipes de trabalho de produção. Associado a isto, aplica-se este instrumento de avaliação em duas equipes de produção de uma mesma empresa catarinense, com intuito de validá-lo.

Avaliar o desempenho da equipe é essencial para compreender como as equipes trabalham, e posteriormente, para que os processos possam ser melhorados a fim de alcançar melhores resultados. Compreender como os processos são alcançados fornece aos membros da equipe orientações sobre o impacto de seus compartimentos específicos, bem como, sobre seus comportamentos transacionais coletivos (Marriage & Kinnear, 2016). As equipes podem utilizar o feddback das avaliações de desempenho para identificar e corrigir problemas nas operações, além de apoiar o treinamento e desenvolvimento (Levi, 2017).

O estudo caracteriza-se como descritivo, quantitativo e survey. Para desenvolver o instrumento de avaliação de desempenho, a revisão da literatura foi tomada como ponto de partida para seleção de 10 indicadores e 30 critérios de avaliação, possibilitando a elaboração do questionário. A pesquisa foi realizada em uma empresa catarinense de esquadrias de alumínios, a amostra foi constituída por duas equipes de produção, totalizando 28 respondentes. Por fim, a análise de dados foi realizada utilizando técnicas de estatística descritivas.

De forma geral observou-se que as equipes apresentaram desempenho “bom” em grande maioria de seus indicadores, e nenhum dos indicadores manifestou avaliações “péssimo”, “ruim” ou “regular”. Na Equipe 1 os indicadores favoráveis ao seu desempenho são o conhecimento (4,15) a produtividade (4,04) e o comprometimento (3,96), enquanto na Equipe 2, os indicadores favoráveis ao seu desempenho são a organização (4,11), o cumprimento de normas (4,08) e o comprometimento (4,06).

É sugestivo o desenvolvimento de algumas estratégias com o propósito de superar a fragilidade demonstrada pelo indicador comunicação nas duas equipes, visto que para agir coletivamente em prol de objetivos comuns, as pessoas precisam compartilhar e trocar informações. Sobre a utilização do instrumento, mostrou-se adequado para avaliar o desempenho coletivo, apontando suas potencialidades e fragilidades. Através das médias calculadas e da expressão gráfica, obteve-se um fácil entendimento para sintetizar a classificação do desempenho de cada um dos 10 indicadores.

Marriage, B., & Kinnear, J. (2016). Assessing team performance - markes and methods. Tred. Anest. Crit. Care, 7-8, 11-16. Aybas, M. & Uyargil, C. (2017). An integrated model recommendation about team performance measurement and evaluation. Int. Jo. Bus. Man., 12(2), 92-102. Soares, M. et al. (2019). Avaliação de desempenho por competências em enfermeiros hospitalares. Rev. Lat.-Am. Enf, 27, 1-8. Matos, L. S. et al. (2019). Development of performance evaluation theme: a systematic analysis of the literature. Contextus, 17(2), 63-97. Levi, D. (2017). Group dynamics for teams. CA: Sage.