Resumo

A magnitude e a velocidade com que as mudanças climáticas acontecem, devem ser levadas em consideração. Segundo o que relata a revista Science, boa parte dos seres vivos já foram afetado diretamente pelas alterações climáticas, principalmente pelo aquecimento global. Após uma reunião no fórum do pacto Global, em São Paulo no ano de 2016, especialistas, a fim de discutir o real papel da agricultura no que tange à preservação do meio ambiente e a redução das emissões de gases do efeito estufa, concluíram que há uma necessidade do agronegócio de participar na luta contra as mudanças climáticas.

A mudança climática tem sido motivo de uma sequência de novos desafios para as organizações (WINN et al, 2011). No setor do agronegócio, por exemplo, para que haja um fortalecimento e melhoria no desempenho da atividade é de extrema importância a qualidade da água e do solo, assim como, às condições climáticas. Assim, o objetivo deste estudo é identificar e analisar as estratégias de adaptação às mudanças climáticas aplicadas ao agronegócio no sudeste paraense.

Diante de uma visão macroeconômica, o mercado para o agronegócio brasileiro é crescente, o que pode impulsionar o desenvolvimento interno e, portanto, elevar a posição do país no contexto internacional. A expansão do agronegócio brasileiro é perceptível, pois há 50 anos o país já apresentava um volume considerável de exportação e atualmente é um fornecedor disputado a nível internacional segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA, 2016). Neste sentido, a preocupação com as alterações climáticas e a produção agrícola é válida.

Quanto a abordagem a pesquisa é qualitativa e quanto aos objetivos se caracteriza como descritiva. As técnicas de coleta de dados utilizadas foram entrevistas, observação in loco e análise documental. O instrumento usado foi um roteiro de entrevista composto por 12 questões semiestruturadas. A aplicação do instrumento ocorreu em datas diferentes para melhor organização dos dados. Os entrevistados foram intencionalmente selecionados pelo critério de acessibilidade e conveniência. Ao todo, foram executadas 12 entrevistas, sendo 6 produtores de cada cultura (soja e pecuária).

A questão 2 buscou saber quais estratégias de adaptação às mudanças climáticas eram usadas pelos produtores da região. De acordo com os entrevistados, todos utilizam basicamente as mesmas tecnologias (trator e outros maquinários, GPS, contratação de mão de obra especialidade (assessoria técnica), tecnologia avançadas para análise do solo e sementes, por exemplo). Porém, não são todos que dispõem desses recursos. Os pequenos produtores, por sua vez, encontram dificuldades financeiras para arcar com esses mecanismos, sendo este um limitador, e muitos recorrem ao uso de aplicativos gratuitos.

O surgimento de novos instrumentos tecnológicos no campo visa estimular o desenvolvimento das culturas, o aumento da qualidade e da produtividade, além de ser um grande aliado na adaptação às mudanças climáticas, podem ainda, ajudar a preservar o planeta. No que se refere à pesquisa, notou-se que os resultados das entrevistas mostraram que alguns produtores apresentam preocupação com o futuro de suas atividades rurais, mas isso não é unanimidade, considerando o uso de velhas práticas.

BRANDÃO, C. N. Turismo e Mudanças Climáticas: uma teoria substantiva das estratégias de adaptação dos meios de hospedagem do circuito das águas paulista. 2017. 171f. Tese (Tese em Administração) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2017. IPCC. Intergovernmental Panel on Climate Change. Climate Change 1995: Impacts, Adaptations and Mitigation of Climate Change: Summary for Policy Makers. World Meteorological Organisation, Geneva, (1996).