Resumo

As empresas devem trocar experiências e conhecimentos com outros atores econômicos externos a ela, sendo que as mais inovadoras estabelecem essas relações, intensificando a troca de benefícios. Nas incubadoras de empresas, as empresas iniciantes terão todo o suporte necessário e contarão com apoio de pessoas especializadas que os ajudarão no desenvolvimento da ideia de negócio em empreendimentos de sucesso. As incubadoras, ao auxiliarem as empresas incubadas, na captação e na utilização de conhecimentos externos importantes para o desempenho de empreendimentos inovadores.

É importante desenvolver instrumentos que possam avaliar que suporte as incubadoras de empresas devem fornecer as suas empresas incubadas para que possam desenvolver sua capacidade absortiva. Este artigo tem como objetivo validar uma escala para analisar os antecedentes das dimensões da capacidade absortiva no processo de incubação de empresas no contexto brasileiro. Identificar os antecedentes da capacidade absortiva no processo de incubação de empresas auxiliam as incubadoras na prestação de serviços a suas empresas incubadas.

A capacidade absortiva (ACAP) é a capacidade da empresa em criar novos conhecimentos (COHEN; LEVINTHAL, 1989) de explorar novas informações externas, assimilá-las e aplicá-las para a capacidade de inovação (COHEN; LEVINTHAL, 1990). Os autores Zahra e George (2002) identificaram duas dimensões da ACAP que são as capacidades de aquisição e assimilação sendo dimensões da capacidade potencial (PACAP), e que as capacidades de transformação e exploração sendo dimensões da capacidade realizada (RACAP), sendo essas capacidades, potencial e realizada, componentes da capacidade absortiva.

A pesquisa foi realizada com gestores das incubadoras de empresas e das empresas incubadas que participam de incubadoras que já receberam o certificado CERNE 1. Para a avaliação da escala aplicou-se a Análise Fatorial Confirmatória (AFC). As questões foram elaboradas baseadas na literatura sobre capacidade absortiva (ACAP) para identificar os fatores importantes para o desenvolvimento da ACAP nas empresas. Inicialmente propôs-se uma escala com 32 variáveis observáveis, e após a análise estatística reduziu-se para 27, divididas em seis blocos.

Com a realização dos testes estatísticos, observou-se consistência da escala e a não existência de multicolinariedade entre as variáveis. Na análise fatorial intrabloco, quatro variáveis foram excluídas por apresentarem comunalidade e carga fatorial baixa. E a estimativa padronizada indicou a retirada de outra variável observável. A escala proposta, demonstrou ser importante para analisar os antecedentes das dimensões da ACAP. Os antecedentes são a interação entre as empresas, os conhecimentos dos profissionais, a captação do conhecimento e a utilização do conhecimento.

A escala possibilita avaliar a interação entre as empresas, conhecimentos dos profissionais, captação do conhecimento e utilização do conhecimento como antecedentes da ACAP nas empresas incubadas. Estas avaliações tornam-se importantes para que as incubadoras possam fornecer suporte às suas empresas incubadas para captarem e explorarem conhecimentos externos importantes para o aprimoramento dos produtos ou serviços de suas empresas incubadas. Com isso, tornar-se-ão mais competividade ao desenvolverem produtos e serviços mais inovadores.

COHEN, Wesley M.; LEVINTHAL, Daniel A. Absorptive capacity: A new perspective on learning and innovation. Administrative Science Quarterly, v. 35, n. 1, p. 128-152, 1990. COHEN, Wesley M.; LEVINTHAL, Daniel A. Innovation and learning: the two faces of R & D. The economic journal, v. 99, n. 397, p. 569-596, 1989. ZAHRA, Shaker A.; GEORGE, Gerard. Absorptive capacity: A review, reconceptualization, and extension. Academy of management review, v. 27, n. 2, p. 185-203, 2002.