Resumo

Título do Artigo

REPENSANDO MARINGÁ E A CONSTRUÇÃO DA HEGEMONIA EMPRESARIAL NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE MARINGÁ
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Palavras Chave

Representação
Legitimidade
Conselhos gestores

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - Johny Henrique Magalhaes Casado
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2 - Thiago Oliveira da Silva
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Maringá
3 - William Antonio Borges Bill
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - PPA/UEM
4 - Celene Tonella
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Reumo

O processo de planejamento urbano invariavelmente está condicionado a lógica do capital, isso se deve, pois, as elites que administram e induzem o planejamento acabam por se organizar visando o aumento de sua influência e consequente ganho financeiro no processo de constituição da organização urbana. Nesse contexto, faz-se pertinente refletir sobre o processo de organização urbana, não apenas pelo olhar do desenvolvimento que esse planejamento ocasionou, mas também deve-se analisar observando a participação do empresariado local nesse processo, bem como seus interesses.
Objetiva-se com esse artigo, compreender como se deu a influência da elite empresarial no processo de constituição do Conselho de Desenvolvimento Econômico (CODEM), na cidade de Maringá, no Paraná. Para isso, são abordados alguns acontecimentos que influenciaram a dinâmica social do município e que são tutelados pela classe empresarial, que se auto intitula como “Sociedade Civil Organizada”.
No contexto da representação política, Urbinati (2006) salienta que quando se olha para a história de mais de 200 anos de governos representativos (do parlamentarismo liberal, passando pela sua crise, até sua transformação democrática, após a Segunda Guerra Mundial), encontram-se três teorias de representação, quais sejam: a jurídica, a institucional e a política. De acordo com Bobbio (2007), o pensar sobre legitimidade se estruturou para justificar o reconhecimento do poder e para contrapor a lei de que o poder é originário do mais forte.
Em relação aos recursos metodológicos utilizados destaca-se que essa pesquisa adquire um caráter qualitativo. Para Richardson (1999, p. 90), esse tipo de pesquisa “(...) pode ser caracterizada como tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos”.
O processo de participação social é algo extremamente importante para a definição do planejamento e do desenvolvimento de todos os municípios. Ao delegar o processo de planejamento a um determinado segmento da população, automaticamente se excluirá todo o restante da população desse planejamento. Visando discutir como se deu a institucionalização da participação empresarial no processo de planejamento e desenvolvimento de Maringá, antes se faz necessário contextualizar a cidade de Maringá nesse processo, entender o movimento Repensando Maringá como seu início, e posteriormente o Codem.
O planejamento de uma cidade deve privilegiar o diálogo entre as diferentes parcelas da população, deve-se sempre prezar pelo equilíbrio entre os grupos, não se deve conceder mais ou menos voz a um ou outro e intensificar as distorções que o capitalismo provoca em sua essência. Ao articular movimentos como o “Repensando Maringá”, ao constituir o CODEM e ao legitimar seus interesses como sendo pertencentes a toda a sociedade civil, a ACIM adquire o status de representante da sociedade maringaense, apropriando-se de uma legitimidade e ditando os rumos da cidade.
ABRAMOVAY, R. Conselhos além dos limites. In: O Futuro das Regiões Rurais. Ed. UFRGS: Porto Alegre, 2003. pp. 57-82. ABRANCHES, M.; AZEVEDO, S. A capacidade dos conselhos gestores setores em influenciar políticas públicas: realidade ou mito? In: JUNIOR, Orlando Alves dos Santos; RIBEIRO, Luiz Cesar de Queiroz e AZEVEDO, Sergio de. Governança democrática e poder local: a experiência dos conselhos municipais no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, Fase, 2004. Capítulo 4, p.161-192. BOBBIO, N. Estado, governo e sociedade: para uma teoria geral da política. São Paulo: Paz e Terra, 2007.