Resumo

Título do Artigo

TRANSIÇÃO ENTRE ESTÁGIOS DE INOVAÇÃO EM MPEs: Uma abordagem no Programa Agentes Locais de Inovação
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Palavras Chave

Transições
Estágios de inovação
Programa ALI

Área

Gestão da Inovação

Tema

Políticas, Estratégias, Instituições e Internacionalização da Inovação

Autores

Nome
1 - GABRIEL HERMINIO DE ANDRADE LIMA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Recife
2 - André Marques Cavalcanti
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - CCSA - Departamento de Ciências Administrativas
3 - Auristela Maria da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Ccsa

Reumo

As Micro e Pequenas Empresas (MPEs) são responsáveis por gerar emprego, renda, imposto e desenvolvimento. Contudo, os entraves à inovação inibem o crescimento competitivo dessas empresas e a vantagem competitiva, fazendo que as MPEs não alcancem patamares elevados no Produto Interno Bruto e a taxa de mortalidade baixa. Dessa maneira, surgem políticas públicas que visam fomentar a capacidade inovadora nas MPEs, dentre elas tem-se o Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), objeto de estudo neste trabalho.
As pesquisas atuais que analisam o Programa ALI utilizam da comparação do Radar de Inovação (método que compreende as dimensões estratégicas da inovação) antes e após o programa, isto é, compara as dimensões de inovação das empresas, tornando a análise centrada no final das ações intervencionistas. Dessa maneira, informações úteis tendem a não serem observadas durante as ações. Assim, o presente trabalho, objetiva investigar as transições nos estágios de inovação das MPEs ao longo das ações do Programa ALI, sendo uma nova abordagem de análise.
O programa ALI atendia em 2014 mais de 55 mil MPEs no Brasil, emergiu-se assim vários estudos que analisam o impacto dessa política de inovação. A literatura evidencia que a inovação é uma fonte de vantagem competitiva para as empresas, perpassando os benefícios de produtividade, diferenciação e redução da poluição. Dentro do escopo inovador, existem evidências que a baixa maturidade organizacional e estrutura informal são inibidores do processo de inovação, o que torna o componente organizacional como um fator a ser considerado na análise de programas de inovação.
Considerando que a capacidade de inovação nas MPEs não evolui de forma linear, buscou-se estruturar cinco estágios de inovação (E1, E2, E3,R4 e E5) a partir do Grau de Inovação (GI) e do Grau de Organização (GO), extraídos da metodologia do ALI. Basicamente, buscou-se verificar como as 177 MPEs transitaram ao longo dos ciclos de intervenção do programa, confrontando com o perfil escolar dos gestores. Ademais, utilizou-se do coeficiente de correlação para verificar se há uma relação entre a capacidade de inovação com a capacidade organizacional, representados por GI e GO respectivamente.
Pôde-se perceber que a quantidade de MPEs em estágios superiores aumentaram, no E4 saiu de 8 MPEs para 45, um aumento considerável. Em ambas as transições, as empresas que mais evoluíram ou permaneceram em estágios superiores são aquelas que os gestores possuem pelo menos o ensino superior. Na primeira transição, entre E3 para E4, 74% dos gestores possuíam pelo menos o ensino superior. Devido as fortes correlações (0,73≤ r ≤0,79) foi possível averiguar as relações entre os Estágios de Inovação e Organização.
Conclui-se que saíram para estágios superiores de inovação foram aquelas que seus gestores possuíam bons níveis escolares, na primeira transição cerca de 60% das MPEs que evoluíram tinham pelo menos ensino superior. Verificou-se também fortes correlação entre o GO e GI nos ciclos do Programa, corroborando com as evidencias de que a capacidade organizacional é uma variável que impacta na capacidade inovadora das MPEs. Portanto, este trabalho alcançou se objetivo ao trazer uma nova análise ao Programa ALI incorporando novas informações sobre o panorama inovador das MPEs.
BACHMANN, D. L., DESTEFANI, J. H. Metodologia para estimar o grau das inovações nas MPE. Curitiba, 2008. HADJIMANOLIS, Athanasios. Barriers to innovation for SMEs in a small less developed country (Cyprus). Technovation, v. 19, n. 9, p. 561-570, 1999. TIDD, Joe; BESSANT, John; PAVITT, Keith. Gestão da inovação. Editora Bookman, Porto Alegre, 2008. TERZIOVSKI, Mile. Innovation practice and its performance implications in small and medium enterprises (SMEs) in the manufacturing sector: a resource‐based view. Strategic Management Journal, v. 31, n. 8, p. 892-902, 2010.