Resumo

Título do Artigo

O ESTADO DA ARTE DA PESQUISA SOBRE TELETRABALHO: uma revisão sistemática da literatura brasileira de 1995 a 2018
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Palavras Chave

Teletrabalho
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Trabalho remoto

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Juliana Legentil Ferreira Faria
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Programa de Pós-Graduação em Administração
2 - ELIANE ALMEIDA DO CARMO
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia
3 - JUNIO BRAGA BORGES SILVA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Programa de Pós-graduação em Administração
4 - Pedro Paulo Murce Meneses
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - FACE
5 - Gardênia da Silva Abbad
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Instituto de Psicologia

Reumo

A regulamentação do teletrabalho no Brasil ocorreu em 2017, por meio da Lei nº 13.467. Contudo, observa-se que a adoção dessa modalidade de trabalho tem sido crescente em organizações públicas e privadas nos últimos 20 anos. Os principais motivadores citados para a implementação do teletrabalho são o aumento de produtividade e a redução de custos (Mello, Santos, Kuniyoshi, Gaspar, & Kubo, 2014), mas pouco se sabe sobre os desafios enfrentados pelas organizações brasileiras e se os resultados se sustentam no longo prazo.
Poucos estudos nacionais sobre teletrabalho foram publicados e as iniciativas de implantação têm buscado inspiração em experiências internacionais. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é descrever o estado da arte da pesquisa sobre o teletrabalho no Brasil, visando identificar como se comporta a produção acadêmica sobre o tema e quais foram as contribuições identificadas nos artigos selecionados. O estudo busca contribuir, tanto teoricamente, ao apresentar as principais discussões, quanto metodologicamente, ao elaborar a primeira revisão sistemática nacional sobre o tema.
Observa-se que o conceito de teletrabalho mais recorrente identificado nesta revisão de literatura foi cunhado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT, 1996), da qual o Brasil não é signatário, e que destaca as condições para a caracterização do teletrabalho, tais como: a) desempenhado pelo trabalhador em sua casa ou em outro local de sua escolha, além das dependências do empregador; b) mediante remuneração, e; c) com o objetivo de desenvolver produto ou serviço conforme especificação do empregador, independentemente de quem fornecerá equipamentos ou outros materiais.
As vantagens mais recorrentes no nível do indivíduo referem-se à flexibilidade, autonomia, redução dos deslocamentos, aumento do bem-estar e maior produtividade. Contudo, há aspectos que são reconhecidos como benefícios e fonte de conflitos, como a aproximação física da família e as interrupções decorrentes da dificuldade de compreensão dos familiares acerca da configuração do teletrabalho. Faz-se necessária a caracterização adequada da amostra de teletrabalhadores e da organização, de modo a evitar comparações inadequadas de teletrabalhadores que estão sujeitos à contingências distintas.
O avanço na adoção do teletrabalho no Brasil sinaliza que os pesquisadores e as organizações precisam estar atentos aos seus desdobramentos, uma vez que os achados da literatura ainda divergem em relação aos pontos positivos e negativos desse tipo de trabalho, constituindo-se como um desafio acadêmico e pragmático. Diante disto, entende-se que esta revisão sistemática cumpriu o objetivo de descrever o estado da arte da pesquisa sobre teletrabalho no Brasil, indicando como se comportou a produção acadêmica sobre o tema e apresentando as contribuições identificadas nos artigos selecionados.
Cronin, P., Ryan, F., & Coughlan, M. (2008). Undertaking a literature review: a step-by-step approach. British Journal of Nursing, 17(1), 38-43. Mello, Á. A. A., Santos, S. A. dos, Kuniyoshi, M. S., Gaspar, M. A., & Kubo, E. K. de M. (2014). Teletrabalho Como Fator de Inclusão Social e Digital em Empresas de Call Center/Contact Center. Revista de Administração Da UFSM, 7(3), 373–388. Organização Internacional do Trabalho – OIT (1996). Sobre o trabalho a domicílio. Recuperado em 3 de maio, 2018, de http://www.ilo.org/brasilia/convencoes/WCMS_242947/lang--pt/index.htm