Resumo

Vários autores têm proposto teorias descritivas e causação para apoio ao campo temático de estratégia das firmas. Evidente que as teorias propostas em sua denominação passam a ideia ênfase contida no seu conteúdo propositivo. O trabalho propõe apresentar algumas teorias que os autores codificam com o termo “Visão Baseada” com sentido de ser focada em um fator estratégico.

Barney e seus colegas propõem a RBV, Visão Baseada em Recursos e, mais tarde, a Teoria Baseada em Recursos como arcabouço teórico na lógica inside out para explicar desempenho estratégico das firmas. Outras teorias “Based View” surgiram a partir da RBT, daí convencionarmos a família de X-Based View, apresentada na literatura para explicar achados nas pesquisas no campo da estratégia. Assim, o objetivo desse trabalho é propor um framework integrativo com X-Based View como forma de orientação ao leitor de estratégia e como interligar esses teorias no campo da estratégia.

A visão de Porter (1981) sobre vantagem competitiva baseada no conhecimento de mercado para formular estratégias passou a ser criticada a medida que não explicavam o motivo pelo qual algumas organizações no mesmo ambiente eram mais bem sucedidas que outras. Seria o começo da visão baseada em recursos da firma, com uma abordagem inside out da vantagem competitiva. Outras visões começaram a surgir complementando a teoria dos recursos como percursoras da obtenção de vantagem competitiva. Exemplos são a visão baseada em conhecimento, a visão baseada na cultura e a visão baseada na natureza.

Uma vantagem competitiva sustentável, de acordo com todas essas visões, é mantida por um recurso valioso, raro, não-imitável, e devidamente gerenciado, de maneira que não afete o ambiente, enriquecendo sua reputação e diminuindo seu custo a longo termo, respeitando o sistema social que envolve a organização, protegendo suas informações (conhecimento) e alavancando a cultura de disseminação entre limites da organização. Essa vantagem competitiva é influenciada por um aumento do desempenho da organização e por um aumento do potencial inovador, apontado por estudos empíricos sobre o tema.

Sugere-se como ponto integrativo do modelo uma variável “X-based view”, como analogia às expressões matemáticas, onde substitui-se a variável “X” pela visão que pretende-se analisar, porém sem perder de vista que as visões são complementares, e que para atingir um resultado efetivo e completo é preciso ter uma visão sistêmica sobre a organização. Como resultados apontados da integração entre as teorias, sugere-se um aumento do desempenho (financeiro, social e produtivo) e do potencial inovador como mediadores entre o X-Based view e a vantagem competitiva sustentável.

BARNEY, J.B.; CLARK, D.N. Resource-based theory: creating and sustaining competitive advantage. New York: The oxford university press, 2007. GRANT, R.M. Toward a knowledge-based theory of the firm. SMJ, v.17, n.1, p.109- 122, 1996. HART, S.L. A natural-resource-based view of the firm. AMR, v.20, n.4, p.996-1014, 1995. MAURER, C.C.; BANSAL, P.; CROSSAN, M.M. Creating economic value through social values: introducing a culturally informed resource-based view. OS, v.22, n.2, p.432-448, 2011. PORTER, M.E. The contributions of industrial organization to strategic management. AMR, v. 6, n. 4, p. 609