Resumo

Título do Artigo

COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR À LUZ DO CAPITAL PSICOLÓGICO E DA AGÊNCIA HUMANA
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Comportamento Empreendedor
Capital Psicológico
Agência Humana

Área

Empreendedorismo

Tema

A figura do Empreendedor: Perfil, Personalidade, Comportamento e Competências

Autores

Nome
1 - Luciano Gonçalves de Lima
Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) - campus Paranavaí
2 - VÂNIA MARIA JORGE NASSIF
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Administração

Reumo

Dentro do campo da psicologia McClelland (1965) considera a Necessidade de Realização (Nach) como a característica mais distintiva da motivação para a realização. Oriundo da psicologia positiva o capital psicológico tem suas bases estabelecidas por quatro dimensões definidas por autoeficácia, otimismo, esperança e resiliência (Luthans, Youssef, & Avolio, 2007; Luthans & Youssef, 2004). Na perspectiva da agência humana, a teoria social cognitiva desempenha um importante papel na capacidade das pessoas se autorregularem, codificar informações e executar comportamentos (Bandura, 1986).
Estudos que relacionam a área do empreendedorismo com o capital psicológico e a agência humana não são evidenciados na literatura pesquisada, sobretudo quando a busca é pela compreensão do comportamento empreendedor. É percebido uma lacuna nos estudos que relacionam estas teorias, para explicar o comportamento empreendedor. Este estudo tem por objetivo analisar como o comportamento empreendedor pode ser explicado à luz dos componentes do constructo do capital psicológico e da teoria social cognitiva, na perspectiva da agência humana.
Sob a ótica da abordagem psicológica, defendida por McClelland (1972), a mesma procura identificar aspectos característicos dos empreendedores, por acreditar que existem traços de personalidade que são próprios destes indivíduos. O capital psicológico produz um estado de acréscimo psicológico em que a pessoa apresenta uma elevada confiança para despender o esforço necessário para ser bem-sucedida em tarefas desafiantes. Bandura (2008) usa a expressão agência humana que caracteriza o indivíduo como agente de seu comportamento, de suas vontades e de seus pensamentos.
A pesquisa amparou-se na abordagem qualitativa, que para Flick (2009), nesta pesquisa foi enfatizada a compreensão da narrativa da trajetória de 21 empreendedores, sendo 5 homens que atuam na diretoria da Associação Comercial e Empresarial da cidade de Paranavaí (ACIAP), 11 mulheres do Conselho da Mulher Empresária (CME), e 5 jovens entre homens e mulheres do Conselho do Jovem Empresário (COJEP). As categorias definidas foram tratadas, qualitativamente, por meio da análise de conteúdo, sob a perspectiva de Bardin (1977), visando dar forma aos resultados.
O estabelecimento de táticas a partir da crença na sua capacidade de superar situações que culminassem no sucesso do negócio fez toda diferença nos negócios dos entrevistados. Sob o olhar da psicologia, conforme Schwarzer e Knoll, (2003) há várias forma de explicar a superação de crises e adversidades enfrentadas pelas pessoas, grupos e organizações. Indivíduos resilientes são portadores da capacidade de recuperação/superação da adversidade, incerteza, falha, e até mesmo da mudança positiva com tarefas que acarretam maior responsabilidade (Luthans, 2002a; Luthans & Youssef, 2004).
O capital psicológico se mostrou preditor de comportamento empreendedor contribuindo para a compreensão de fatores que levam os empreendedores a alcançarem e manterem a longevidade do empreendimento. As forças psicológicas permitem que empreendedores não só sobrevivam, mas podem contribuir com a prosperidade dos negócios locais dentro de um ambiente desafiador. A agência humana presente nas ações dos empreendedores, contribuem com o entendimento do êxito e também do fracasso, considerando que o crescimento de pequenas empresas está associado ao envolvimento substancial do empreendedor.
Bandura, A. (2001). Social Cognitive Theory: An agentic perspective. Annual Review Psychology, v.52, pp.1-26. Luthans, F.; Youssef, C., & Avolio, B. (2007). Psychological Capital: Developing the Human Competitive Edge. New York: Oxford University Press. McClelland, D. C. (1965).Achievement Motivation Can Be Developed, Harvard Business Review v.43. McClelland, D. C. (1972). Business Drive and National Achievement. Harvard Business Review, july-august, pp.99-112.