Resumo

Título do Artigo

NAS FRONTEIRAS DO NOVO INSTITUCIONALISMO ORGANIZACIONAL: ESTUDO BIBLIOMÉTRICO E SOCIOMÉTRICO DO INSTITUTIONAL WORK (2006 – 2017)
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Palavras Chave

Institutional Work
Institucionalismo Organizacional
Bibliometria

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens e Teorias organizacionais Contemporâneas

Autores

Nome
1 - André Luiz de Paiva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
2 - Luís Fernando Silva Andrade
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - PPGA
3 - Raphael de Morais
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras
5 - Kelly Luiz dos Santos Rodrigues
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - DAE

Reumo

O institucionalismo sociológico representa uma das principais abordagens e tradições de pesquisa no contexto dos Estudos Organizacionais. A partir do enfoque direcionado às instituições e sua relação com os indivíduos nos campos sociais (especialmente os organizacionais), diferentes correntes foram desenvolvidas desde a segunda metade do século XX. Dentre tais abordagens, destaca-se aquela que explora o denominado institutional work, cujos principais direcionamentos visam investigar ações propositais de indivíduos, direcionadas à criação, manutenção e ruptura das instituições.
O institutional work tem se desenvolvido vertiginosamente e considerando a última década, desde a publicação do trabalho seminal desta abordagem (Lawrence & Suddaby, 2006), identifica-se a necessidade de se compreender o que pesquisadores têm estudado neste escopo e as relações estabelecidas entre os mesmos. Por isso, questiona-se: como têm sido constituídas as relações entre pesquisadores e temas de pesquisa relacionados ao institutional work? O objetivo central deste artigo é identificar e descrever as relações entre pesquisadores e seus temas de pesquisa relacionados ao institutional work.
Lawrence & Suddaby (2006) nos apresentam o Institutional work que possibilita analisar o esforço de atores para criar, perpetuar ou interromper instituições. Instituições podem ser econômicas, políticas ou sociais e envolvem restrições formais ou informais capazes de afetar o comportamento social. Bruning et al. (2015) afirmam que a categorização de trabalho (work), contextualizado a institutional work, relaciona-se com o sentido do esforço desenvolvido pelos atores, que para Coraiola et al. (2012) são capazes de influenciar as estruturas sociais e o campo organizacional onde estão envolvidos.
A pesquisa caracteriza-se como uma revisão sistemática, de caráter descritivo e natureza qualitativa. Considerando as diferentes possibilidades que trabalhos de revisão apresentam, delimitou-se o enfoque bibliométrico e sociométrico acerca da produção científica sobre institutional work entre os anos de 2006 e 2017. Com uma amostra de 176 artigos científicos publicados em periódicos indexados na base ISI Web of Knowledge, foram analisadas as referências centrais (referindo-se aos artigos mais citados), a base intelectual e categorias teórico-empíricas da maior recorrência nos trabalhos.
Constatou-se o aumento em publicações sobre o institutional work a partir de 2011, concentração dos estudos na América do Norte e Europa, predominância de artigos empíricos e metodologias variadas. Há concentração de referências produzidas por um grupo seleto de pesquisadores, em especial Lawrence, Suddaby e Greenwood, compreendido devido à emergência da abordagem, cujos autores centrais estão em amplo processo de produção. Na base intelectual, evidencia-se a importância de abordagens anteriores do institucionalismo, especialmente a partir da década de 1980, com o novo institucionalismo.
Conclui-se que o institutional work constitui um esforço de pesquisa com sólidas relações entre outras correntes institucionais, sem uma ruptura com a macro teoria, ou a abertura de um novo campo. Uma das possíveis evidências desse processo refere-se à amplitude de pesquisas empíricas que exploram o conceito em conjunto com o empreendedorismo institucional ou as lógicas institucionais. Isso também é reforçado pela pouca presença de estudos teóricos, reforçando que o tema tem bases bem fundamentadas em correntes anteriores. Ademais não é de se esperar que o campo tenderá a este distanciamento.
Bruning, C., Marra, A. L. A, & Godri, L. (2015). Institutional Work: Uma Ponte Entre Estudos Críticos e Institucionais?. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, 9(4), 144 – 156. Coraiola, et al. (2012). Trabalho Institucional e Teoria da Mudança Gradual: Reflexões Sobre Atores Sociais, Estratégias e Contextos. In Encontro de Estudos Organizacionais da ANPAD, 7, Curitiba. Lawrence, T. B, & Suddaby, R. (2006). Institutions and Institutional Work. In S. Clegg, C. Hardy, T. B. Lawrence & W. R. Nord (Eds.), The SAGE handbook of organization studies (2nd ed., pp. 215-254). London: Sage.