Resumo

Título do Artigo

BARRAGENS DE REJEITO MINERAL PELO PRISMA DA ECONOMIA ECOLÓGICA: UM ENSAIO TEÓRICO SOB DUAS ANÁLISES TEMPORAIS
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Palavras Chave

Economia Ecológica
Mineração
Barragem de Rejeitos

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Estratégia e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Tiago Soares Barcelos
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Geografia Humana - DINTER - UNIFESSPA
2 - Loyslene de Freitas Mota
FACULDADE METROPOLITANA DE MARABÁ (METROPOLITANA) - Marabá

Reumo

O presente projeto de pesquisa nasce sob a reflexão acerca do rompimento da barragem de rejeitos minerais, ocorrido na tarde do dia 05 de novembro de 2015, no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do município de Mariana, Minas Gerais, que despejou 80 milhões de toneladas de lama eclodiram na bacia do Rio Doce e no litoral capixaba. Dessa forma, o objetivo deste ensaio teórico é pensar nos impactos da mineração por meio dos riscos de rompimento de barragens de rejeitos, por duas perspectivas temporais (curtíssimo e longuíssimo prazo), e suas influências no planeta.
Busca-se então a compreensão e análise de dois tempos atual (A) e futura (F), desconsiderando o tempo passado (P). Dessa forma, o presente trabalho pretende pensar nos seguintes problemas: o que ocorreria com a Sociedade, o Estado, a Empresa e os Ecossistemas do entorno das barragens de minérios de ferro se o rompimento fosse hoje? Na perspectiva de longuíssimo prazo (prazo secular) como tal situação se desenrolaria?
Cechin & Veiga (2010:43) quando tratam da segunda lei da termodinâmica (lei da entropia), consideram que “a quantidade de matéria e energia incorporado aos bens finais é menor do que aquela contida nos recursos utilizados em sua produção”. Dessa forma, parte da energia e do material de baixa entropia se transforma imediatamente em resíduos, que nesse caso é caracterizado pela lama de rejeitos. Por esta perspectiva observa-se o grande problema no qual a sociedade está inserida, pois estimativas não oficiais consideram que no Brasil existem aproximadamente 663 barragens de rejeitos de mineração.
Para ilustrar a problemática desse trabalho, serão consideradas três análises temporais, separadas por séculos, onde o tempo (P) será o período passado (colonial e pré-industrial) que deixou sua marca na história e não há capacidade de mudança. O tempo (A) refere-se ao período atual, que está sendo construída a sua história. De modo que ainda há tempo de reversão para problemas ecossistêmicos que possam prejudicar a nossa e outras espécies. Por fim, será considerado o tempo (F), um período futuro, considerando várias gerações que ainda não tiveram sua história no planeta.
O presente trabalho busca compreender alguns problemas sob óticas temporais: presente e futura, utilizando a ótica da Economia Ecológica. Para compreender as contribuições dessas escolas, a análise se deu no setor mineral, mais especificamente das empresas que extraem minério de ferro em sua essência. A perspectiva temporal da análise consistirá no curtíssimo prazo, que busca compreender a seguinte pergunta: “rompeu, e agora? ” E a de longuíssimo prazo (ou prazo secular), no qual cabe compreender os nossos impactos para as futuras gerações e avaliar as suas externalidades.
CECHIN, Andrei Domingues; VEIGA, José Eli da. A economia ecológica e evolucionária de Georgescu-Roegen. Rev. Econ. Polit., São Paulo , v. 30, n. 3, p. 438-454, Sept. 2010(B). CECHIN, Andrei Domingues; VEIGA, José Eli da. O fundamento central da economia ecológica. In: MAY, Peter H (Org). Economia do meio ambiente: teoria e prática. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010(A). ENRIQUEZ, Maria Amélia. Economia dos recursos naturais. In: MAY, Peter H (Org). Economia do meio ambiente: teoria e prática. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.