Resumo

Não é de hoje que as organizações buscam estratégias de adquirir vantagem competitiva através do seus recursos humanos, tendo em vista que tal busca já não pode mais ser embasada somente em recursos escassos. Com o desenvolvimento de pesquisas no campo da psicologia positiva adaptadas ao universo organizacional (GARCEA; HARRINGTON; LINLEY, 2013) surgem os termos Comportamento Organizacional Positivo e Capital Psicológico que abordam a aplicação das forças dos recursos humanos e de suas capacidades lógicas que podem ser medidas e desenvolvidas para a melhoria do desempenho no local de trabalho.

Esse estudo procura responder a seguinte questão de pesquisa: “Como se caracteriza a produção científica sobre capital psicológico?” Como resposta a esse questionamento tem-se por objetivo geral mapear a produção científica sobre capital psicológico entre os anos de 2007 a 2017. Os objetivos específicos são: (I) identificar o perfil de autoria das publicações mapeadas; (II) identificar os principais eixos temáticos; (III) identificar as tipologias metodológicas mais utilizados; (IV) analisar o perfil das organizações estudadas e (V) analisar evolução das publicações referentes à temática.

Dadas as devidas adaptações, a Psicologia encontrou no ambiente organizacional uma maneira de observar o indivíduo através de uma lente positiva proporcionando à organização uma nova abordagem competitiva: o capital psicológico de seus colaboradores. O estudo sobre comportamento organizacional positivo teve início com as pesquisas de Luthans que percebeu relação entre as emoções positivas dos empregados e o seu desempenho no trabalho. (CORRÊA, 2017). Segundo Luthans, Yousef e Avolio (2007), o psycap é fator psicológico de positividade, composto com um conjunto de capacidades integradas.

O estudo classifica-se como uma pesquisa quantitativa; exploratória e descritiva; realizada por meio de análise bibliométrica. A catalogação das produções foi realizada no portal de periódicos CAPES. Foram selecionadas as publicações internacionais dos últimos dez anos, consideradas as revistas de estratos A1, A2, B1 e B2, na área administração pública e de empresas, contabilidade e turismo no quadriênio 2013 a 2016. Desta forma, foram selecionados 71 artigos os quais atendiam a todos os critérios e se enquadravam na proposta de análise.

Dados os objetivos específicos do trabalho e o exame dos artigos verificou-se que grande parte das produções têm 2, 3 ou 4 autores. O que mais publicou sobre o assunto foi Fred Luthans. A instituição mais prolífica no período foi a Universidade de Nebraska e o eixo temático mais evidente nos artigos foi "As 4 dimensões do capital psicológico" seguido de "Burnout". Percebeu-se que os artigos analisados, em sua maioria, não explicitam a natureza, o objetivo e o processo da pesquisa. As organizações pesquisadas são em maioria de grande porte e destaca-se o setor da educação e serviço.

O objetivo da pesquisa foi mapear a produção científica sobre capital psicológico e contribuir para o desenvolvimento de estudos posteriores nesta área. Com a análise dos 71 artigos pôde-se ter um mapeamento das publicações sobre o tema e desenvolveu-se um panorama a partir das 12 tabelas elaboradas a partir dos objetivos específicos propostos. Destaca-se que o estudo em tela apresenta limitações, principalmente relacionadas às metodologias utilizadas, restringindo, desta forma, as conclusões obtidas. Em pesquisas futuras sugere-se o uso de uma base de dados que possua mais critérios de busca.

CORRÊA, A. P. Capital psicológico positivo: um estudo sobre a psicologia positiva no contexto organizacional. 2017. Dissertação. (Mestrado em Sistemas de Gestão) - Escola de Engenharia, Universidade Fluminense, Rio de Janeiro, 2017. GARCEA, N.; HARRINGTON, S.; LINLEY, P. A. Building positive organizations. In: LINLEY, P. A.; HARRINGTON, S.; GARCEA, N. The Oxford Handbook of Positive Psychology and Work. New York: Oxford University Press, 2013. LUTHANS, F.; YOUSSEF, C. M.; AVOLIO, B. J. Psychological capital: developing the human competitive edge. New York, NY: Oxford University Press, 2007.