Resumo

Título do Artigo

INVESTIMENTOS AMBIENTAIS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE EMPRESAS BRASILEIRAS E ESPANHOLAS
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Palavras Chave

Investimentos Ambientais
Empresas Brasileiras
Empresas Espanholas

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Desempenho Social Corporativo (CSP)

Autores

Nome
1 - Ivaneide Ferreira Farias
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
2 - Clayton Robson Moreira da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC)
3 - Jackeline Lucas Souza
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
4 - JOSÉ EDNILSON DE OLIVEIRA CABRAL
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - PPGA

Reumo

As discussões em torno das questões ambientais e do papel das organizações em desenvolver ações ambientais vêm crescendo e ganhando destaque no campo da gestão. Nos últimos tempos, as empresas têm aumentado seus investimentos ambientais como forma de construir uma imagem positiva perante a sociedade, assim como uma possibilidade de ganhar vantagem competitiva e potencializar seu desempenho econômico. Além disso, o contexto legal no qual essas empresas estão inseridas e as atividades que elas desenvolvem podem influenciar o volume de investimentos ambientais realizados.
Diversas questões podem estar associadas aos investimentos ambientais realizados pelas empresas. Países distintos tendem a apresentar diferenças sociais, econômicas, geográficas e em relação à regulamentação ambiental, o que pode afetar o volume de investimentos ambientais realizados pelas empresas. Nesse contexto, emerge o seguinte questionamento: quais as diferenças e semelhanças entre os investimentos ambientais realizados pelas empresas brasileiras e espanholas? O objetivo geral do estudo consiste em comparar os investimentos ambientais realizados pelas empresas brasileiras e espanholas.
A questão ambiental está cada vez mais inseridas nas organizações, fazendo com que informações ambientais sejam consideradas relevantes para fundamentar o processo decisório dos stakeholders. Assim, empresas têm procurado investir em proteção ambiental e gestão verde, por entenderem que pode contribuir para a sobrevivência e permanência no mercado, além de fortalecer a confiança dos consumidores e acionistas (NAKAMURA, 2011). Acrescente-se que o tratamento legal dado em cada país pode contribuir para o entendimento sobre como as empresas investem nas questões ambientais.
A amostra é composta por 41 empresas brasileiras e 34 espanholas, totalizando 75 elementos de análise. O período analisado foi de 2011 a 2016. Os dados foram coletados de fontes secundárias, a saber: demonstrações financeiras, relatórios anuais e/ou relatórios de sustentabilidade. Os investimentos ambientais foram categorizados de acordo com a proposta de Hansen e Mowen (2001), na versão adaptada por Vellani e Nakao (2009): (i) preservação; (ii) controle; e (iii) recuperação. Utilizaram-se análises descritivas e teste de Mann-Whitney para verificar a diferença entre as médias.
Verificou-se que as firmas espanholas apresentaram maiores volumes de investimentos ambientais. Ainda, evidenciou-se que as empresas brasileiras investiram mais em atividades voltadas ao controle, enquanto as empresas espanholas investiram de modo mais uniforme no que diz respeito às categorias de investimentos ambientais. As empresas brasileiras apresentaram maior representatividade dos investimentos ambientais em relação à receita líquida. Por fim, os testes de Mann-Whitney revelaram que há diferença estatística entre as médias de investimentos ambientais entre as empresas dos dois países.
Conclui-se que as empresas espanholas tendem a apresentar maiores investimentos ambientais que as brasileiras, confirmando a hipótese geral desta pesquisa. Isto pode estar associado ao fato de que, na Espanha, a regulamentação ambiental é mais rigorosa, o que gera enforcement para que as companhias espanholas realizem maiores volumes de investimentos ambientais que a as empresas brasileiras, que contam com uma legislação ambiental mais flexível. Estes achados corroboram o que é sugerido pela literatura e amplia as possibilidades de discussões e comparações entre empresas de diferentes países.
ABREU, M. C. S.; FERNANDES, J. S.; SOARES, F. A.; SILVA FILHO, J. C. L. Evolução da conduta ambiental de empresas siderúrgicas brasileiras sob a óptica dos relatórios de evidenciação ambiental. Revista Universo Contábil, v.4, n.4, p.57-76, 2008. HANSEN, D. R.; MOWEN, M.M. Gestão de Custos. São Paulo: Pioneira, 2001. NAKAMURA, E. Does environmental investment really contribute to firm performance? An empirical analysis using Japanese firms. Eurasian Business Review, v.1, n.2, p.91-111, 2011. VELLANI, C. L.; NAKAO, S. H. Investimentos ambientais e redução de custos. RAU, v.7, n.2, p.57-75, 2009.