Resumo

Título do Artigo

Contribuição à Crítica da Administração Política: nova estratégia ou mais um desenvolvimentismo?
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Palavras Chave

Administração Política
Estratégia
Desenvolvimento Econômico

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens e Teorias organizacionais Contemporâneas

Autores

Nome
1 - Rômulo Carvalho Cristaldo
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS (UFGD) - Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade (FACE)

Reumo

Contemporaneamente, o debate sobre as desigualdades sociais têm recebido uma maior atenção, sobretudo após da crise mundial a partir de 2008. No Brasil, a discussão sobre administração política se insere nesse debate, na medida em que suscitou pesquisas propositivas as quais se propõem a induzir a elaboração de um Projeto Nacional de Desenvolvimento. Nesse sentido, a concepção de administração política assume a forma de um tipo de estratégia de desenvolvimento.
Nosso objetivo nesse artigo é o de analisar tal proposta programática, de modo a compreender quais os princípios e limitações das estratégias de desenvolvimento que emergem do movimento da Administração Política. Como um segundo objetivo, também pretendemos problematizar sua alegada novidade e sua aderência ao campo dos estudos do desenvolvimento econômico.
Para a concretização desses objetivos, fizemos uma breve recuperação dos principais autores da administração política que sugerem uma estratégia de desenvolvimento, com destaque para o trabalho de R. Santos e Gomes (2017). Os analisamos a partir de uma concepção de desenvolvimento como estrutura narrativo-discursivas que sim funcionam como ferramentas dedicadas a promover a adequação de espaços humanos para a valorização de capital, construída a partir da exposição de Cristaldo (2018) e Theotônio dos Santos (1976), entre outros.
Os princípios da administração política enquanto estratégia de desenvolvimento sugerem que a racionalidade técnica deveria suplantar a política, o que, a nosso ver, é uma contradição. Suas lições preliminares, carecem da falta de diálogo com reflexões teóricas já consolidadas sobre desenvolvimento. Seus pressupostos para o caso brasileiro denotam falta originalidade e imprecisão. Falta também um aprofundamento acerca da factibilidade política e operacional de sua proposta, que escolhe se esquivar dos problemas mais sérios que se apresentariam a uma estratégia de desenvolvimento no país.
Concluímos que a administração política pouco supera as teorias do desenvolvimento, em muito reproduzindo suas fissuras e contradições. Embora haja um apelo do campo por uma análise macrossocial, sua proposta tem contornos micro-gerenciais, ainda muito presa aos procedimentos do como fazer de um projeto de desenvolvimento. A princípio sugere abarcar os debates da política e do poder, mas no fundo os ignora. Além disso, falha ao não explicar como serão conduzidas e viabilizadas as lições, princípios, pressupostos e projeto que emergem de sua proposta.
Cristaldo, R. C. (2018). Desenvolvimento e integração internacional: os casos de Brasil e México. 249 f. il. 2017. Tese (Doutorado) — Núcleo de Pós-Graduação em Administração. Universidade Federal da Bahia, Salvador. SANTOS, R. S.; GOMES, F. G. Outro modo de interpretar o Brasil (V). Salvador, 2017. No prelo. SANTOS, T. dos. A crise da teoria do desenvolvimento e as relações de dependência da América Latina. In: JAGUARIBE, H. (Org.). A dependência político-econômica da América Latina. São Paulo: Loyola, 1976.