Resumo

Título do Artigo

AVANÇOS RECENTES DO CLUSTER PORTUÁRIO DE ITAJAÍ: UM CLUSTER INOVATIVO?
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Cluster
Desenvolvimento Regional
Portos

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Cluster e Redes de Negócios

Autores

Nome
1 - ELISA MARIA MOSER
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO (PUC-RIO) - IAG
2 - NELSON CASAROTTO FILHO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Dep. Eng. Producao e sistemas
3 - TERESIA DIANA LEWE VAN ADUARD DE MACEDO-SOARES
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO (PUC-RIO) - IAG

Reumo

O Brasil possui clusters de reconhecida importância para suas regiões, sendo particular o caso do estado de Santa Catarina, cuja trajetória econômica é marcada por descentralização industrial com distintas especializações setoriais. Essas aglomerações encontram-se em diferentes estágios de evolução, e pode situar-se desde um estágio informal até um estágio inovativo. Este artigo tem o objetivo de identificar e analisar o estágio de desenvolvimento do cluster portuário da região de Itajaí em Santa Catarina.
O objetivo proposto é o de obter, na avaliação de especialistas, o quanto o cluster portuário de Itajaí se aproxima de um cluster em nível inovativo conforme tipologia de Cunha (2002), apontando os pontos fortes e fracos de seu diagnóstico como cluster. As questões que norteiam a pesquisa, visando atingir o objetivo proposto, são: Em que estágio de desenvolvimento está situado esse cluster? Quais os fatores positivos de destaque no seu desenvolvimento? Esses fatores são suficientes para caracterizá-lo como em estágio inovativo – o mais alto grau de desenvolvimento?
Para Porter (1990), a competitividade do cluster refere-se em grande medida à capacidade das empresas em superar barreiras substanciais a inovação. Mytelka e Farinelli (2000), propõem uma tipologia de classificação do nível de desenvolvimento do cluster em três categorias: informal, organizado e inovativo. Cunha (2002) propõe, como adaptação para melhor descrever a realidade dos clusters das economias em desenvolvimento, uma tipificação em quatro estágios: informal, intermediário, organizado e inovativo. O sistema de diamante de Porter (1990) explica o aumento da inovação e competitividade.
O estudo realizado utilizou uma abordagem metodológica teórico-empírica, constituído de uma survey com questionário em formulário online, enviado aos respondentes por meio do servidor Qualtrics. O principal requisito deve-se à seleção dos pesquisados, em número de seis, para manter a coerência com o método de pesquisa utilizado por Cunha (2002). Trata-se de processo de amostragem não probabilística por julgamento (ou intencional), selecionados criteriosamente a fim de formar uma amostra representativa de experts reconhecidos no tema.
O cluster portuário de Itajaí, seguindo metodologia do modelo prescritivo de Cunha (2002) foi avaliado em cinco dimensões: 1. Representatividade e Relevância, 2. Desempenho, 3. Cooperação e Governança, 4. Entrelaçamento e Integração, 5. Efeitos Resultantes da Aglomeração Geográfica. Em uma escala de 0 a 10, a nota final obtida foi de 0,759, o que posiciona esse cluster no limiar entre um cluster em estágio organizado e inovativo, sendo representatividade, desempenho e integração foram os indicadores mais positivos na avaliação dos especialistas.
Como visto, o estímulo à rivalidade doméstica, obtido a partir da abertura dos portos à iniciativa privada, competição expôs essas unidades portuárias ao mais alto nível de exigência da demanda, consagrando um cluster portuário de alto padrão de desempenho e relevância nacional. Destaca-se a importância de manter o acompanhamento sobre o desenvolvimento do cluster portuário de Itajaí com vistas a aprimorar constantemente o sistema do diamante proposto por Porter (1990), afim de obter o máximo da potencialidade que a aproximação geográfica de empresas pode proporcionar.
ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Estatístico Aquaviário. Disponível em: http://web.antaq.gov.br/Anuario/. Acesso em: 10.jun.2018. Cunha, I. J. (2002). Modelo para classificação e caracterização de aglomerados em economias em desenvolvimento. Universidade Federal de Santa Catarina. Mytelka, L., & Farinelli, F. (2000). Local Clusters, Innovation Systems and Sustained Competitiveness. UNU/INTECH Discussion Papers, (October 2000), 7–37. https://doi.org/10.4337/9781781009895.00018 Porter, M. (1990). Competitive Advantage of Nations. Competitive Intelligence Review, 1(1), 14–14.