Resumo

A educação formal pode fornecer uma preparação cognitiva prévia estando positivamente correlacionada com o sucesso na gestão do risco do novo empreendimento.O papel da educação é fundamental no acúmulo de conhecimento capaz de identificar, assimilar e absorver novos conhecimentos (OZGEN; MINSKY, 2013). Para Liñan (2004), em se tratando de empreendedorismo, conhecimento específico possibilita o aumento da realidade das percepções.

Como a educação para o empreendedorismo influencia a relação entre a intenção empreendedora e seus antecedentes? O objetivo geral do artigo é investigar a influência da educação na relação com a intenção empreendedora e seus antecedentes motivacionais.

A decisão de empreender é formada pela relação entre as atitudes e intenção na consumação do comportamento empreendedor. Tal decisão pode ser considerada como voluntária e consciente (KRUEGER et al., 2000). Liñan et al. (2011) asseveraram que a decisão inicial em empreender não depende apenas de atitudes presentes nos modelos tradicionais de intenção, devendo ser considerada também a orientação empreendedora, no caso específico a educação para o empreendedorismo.

A pesquisa desenvolveu um estudo quantitativo e explicativo, quanto à abordagem e natureza, respectivamente, de caráter inferencial, com a utilização de surveys. Os dados foram coletados por meio de instrumento adaptado para a escala de educação empreendedora e coleta de dados demográficos, juntamente com o instrumento de medição das atitudes e intenção de estudantes. Os dados coletados foram analisados pela aplicação de modelagem de equações estruturais de acordo com a técnica PLS.

Percebeu-se a baixa influência da atitude e normas subjetivas na intenção de empreender. Notou-se efeito expressivo do controle do comportamento percebido na formação da intenção empreendedora. A ausência de moderação da educação empreendedora na relação dos preditores atitudinais com a intenção pode estar ligada à limitação dos programas, muitas vezes voltados apenas às questões de aprendizagem sobre empreendedorismo.

Os resultados demonstram que os alunos não apresentam motivação para empreender, talvez por não encontrarem estímulo social para considerar a opção de empreendedor como carreira profissional. O possível efeito das normas subjetivas na atitude e controle do comportamento percebido pode ter levado ao presente resultado da pesquisa, ou seja, a falta de apoio para empreender da família, dos amigos e do próprio ambiente acadêmico, pode ter limitado os efeitos da atitude e normas subjetivas.

KRUEGER, N. F.; REILLY, M. D.; CARSRUD, A. L. Competing models of entrepreneurial intentions. Journal of Business Venturing, v. 15, n. 5, p. 411-432, 2000. LIÑÁN, F.; RODRÍGUEZ-COHARD, J. C.; RUEDA-CANTUCHE, J. M. Factors affecting entrepreneurial intention levels: a role for education. International entrepreneurship and management Journal, v. 7, n. 2, p. 195-218, 2011. OZGEN, E.; MINSKY, B. D. Why some college students engage in entrepreneurial activities while others do not. Journal of Entrepreneurship Education, v. 16, 2013.