Resumo

Título do Artigo

A Influência de Caracterísitcas Sociodemográficas de Estudantes Universitários nas Atitudes com Relação ao Diverso: uma Pesquisa Nacional
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Palavras Chave

Universal Diverse Orientation
Diversidade
Ensino Superior

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Genero, Diversidade e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - DARCY MITIKO MORI HANASHIRO
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Centro de Ciências Socias e Aplicadas - PPGA
2 - Claudomiro Moura Gomes André
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS (UFT) - Curso de Ciências Econômicas
3 - Marta Fabiano Sambiase
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - CCSA - Centro de Ciências Sociais e Aplicadas
4 - Ricardo Campelo de Queiroz
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - São Paulo
5 - Werenna Fernnanda Garcia Batista
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - São Paulo

Reumo

Iniciativas de democratização do acesso ao ensino superior engendram maior diversidade nas universidades, inserindo pessoas de grupos demográficos historicamente excluídos. Isso traz implicações para o mercado de trabalho com formação superior, quanto à classe social, raça, diferenças culturais e experiência de vida. Uma questão central para o convívio em um ambiente plural são as atitudes das pessoas em relação aos diversos. Eventuais atitudes desfavoráveis dos jovens com relação ao diverso podem ser fonte de conflitos para os futuros gestores lidarem com diferenças individuais no trabalho.
Não obstante o crescimento da diversidade da força de trabalho universitária promovida pelas políticas públicas em diversas dimensões e a importância de entender as atitudes dos jovens universitários nessa questão, a literatura científica brasileira revela escassez de pesquisas nessa temática, conforme observado em um levantamento bibliográfico. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo explorar as diferenças sociodemográficas de estudantes universitários brasileiros como preditores de suas atitudes em relação ao diverso (UDO - Universal-Diverse Orientation).
A preparação dos estudantes para enfrentar um mundo cada vez mais diverso é visto como essencial (MARICHAL, 2009). UDO foi o constructo adotado para mensurar atitudes em relação ao diverso; ele “reflete uma atitude de consciência e aceitação de similaridades e diferenças entre pessoas” (MIVILLE et al, 1999, p. 291) e fundamenta-se na teoria de Vontress (1996). Assim, uma consciência de semelhanças e reconhecimento de diferenças entre pessoas é crucial para haver interação efetiva entre elas, permitindo alguém unir-se com outras pessoas tanto por similaridades, quanto por diferenças
A amostra foi constituída por 3198 estudantes universitários das cinco regiões do Brasil contemplando 10 instituições públicas e privadas, dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas. O constructo UDO foi mensurado pelo instrumento reduzido Miville-Guzman Universality- Diversity Scale (M-GUDS-S) de 15 itens, composto por três dimensões: Apreciação Relativista, Conforto com Diferença e Diversidade de Contato. A técnica de análise estatística foi a Modelagem de Equações Estruturais (HAIR JR. et al., 2005), com uso do pacote lavaan.
Os resultados revelaram que as atitudes dos estudantes, em geral, são favoráveis ao diverso com elevados escores de UDO. Especificamente, os dados evidenciam uma tendência de que os estudantes mais jovens são mais favoráveis às atitudes UDO que os mais velhos, na dimensão UDO Conforto com Diferença. As mulheres possuem atitudes mais favoráveis que os homens nas três dimensões do UDO. Brancos e não brancos não apresentaram diferenças estatisticamente significativas. Os beneficiários de ações afirmativas apresentaram atitudes menos favorável ao diverso na dimensão Apreciação Relativista.
Com relação às hipóteses postuladas às variáveis sociodemográficas os resultados nem sempre confirmaram a teoria ou resultados de pesquisa realizadas com estudantes universitários dos EUA ou outros países. Esse achado pode revelar especificidades do racismo no Brasil, em função da ampla miscigenação racial em nossa sociedade. Uma elevada favorabilidade em relação ao diverso, pode revelar uma certa tolerância dos jovens à diversidade. Esse resultado requer novas pesquisas. Recomenda-se ampliar a pesquisas em diferentes cursos e inclusão de outros constructos preditores de UDO.
HAIR JR., J. F. et al. Análise multivariada de dados. 5a Ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. MARICHAL, J. Frame evolution: A new approach to understanding changes in diversity reforms at public universities in the United States. Social Science Journal, v. 46, n. 1, 2009. MIVILLE, M.L.; et al. Appreciating similarities and valuing differences: the Miville-Guzman universality-diversity scale. Journal of Counseling Psychology, v. 46, p. 291-307, 1999. VONTRESS, C. E. A Personal Retrospective on Cross-Cultural Counseling. Journal of Multicultural Counseling & Development, v. 24, n.3, Jul 1996.