Resumo

Existem diversas queixas relacionadas às instituições públicas como condições de trabalho, infraestrutura, materiais e questões econômicas que podem influir na produtividade dos servidores e qualidade dos serviços. A greve é um dos indicadores. Devido às especificidades da área pública, em especial o setor de saúde, há uma necessidade de manter servidores satisfeitos por envolver trabalho especial de cuidado humano. A insatisfação é refletida no clima organizacional, por isso seu diagnóstico é importante.

No ano de 2016, a Universidade Estadual de Montes Claros teve um movimento grevista que envolveu os professores, os servidores técnico-administrativos, médicos e demais servidores da instituição. A necessidade de se conhecer a satisfação dos servidores, após o movimento grevista,estimulou a pesquisa. Portanto, o objetivo principal deste estudo de caso é analisar os efeitos dos resultados da greve de 2016 no clima organizacional do Centro Ambulatorial de Especialidades Tancredo Neves (CAETAN). O problema é quais os efeitos dos resultados da greve de 2016 no clima organizacional do CAETAN?

É difícil que um servidor público sinta-se motivado intrinsecamente sem ter o necessário para desempenhar seu trabalho (Vieira et al.,2011). A greve revela uma reação dos empregados ao descontentamento com a empresa. O Clima organizacional envolve as percepções que os funcionários de uma organização têm em relação à empresa e ao ambiente de trabalho e está relacionado ao nível individual de satisfação no trabalho, envolvimento, comprometimento e motivação, por isso, a pesquisa é importante para mensurar tal satisfação.

Pesquisa descritiva, de campo e documental com o uso documentos (atas e ofícios) disponibilizados pelo sindicato Sind-Saúde. Estudo de caso no Centro Ambulatorial de Especialidade Tancredo Neves (CAETAN). Variáveis utilizadas: ambiente de trabalho, reconhecimento e valorização, salário, benefícios, treinamento e desenvolvimento, carreira, liderança, autonomia, comunicação, trabalho em equipe e percepções sobre a greve.

A variável autonomia representou a variável mais elevada (70,9% ) afirmam ter liberdade no desempenho de suas atribuições; já carreira(19,7%) e benefícios(24,1%) foram mais baixas. 82% consideraram que as reivindicações da greve não foram atendidas

Os resultados da greve influenciaram negativamente o clima da instituição, visto que, diante da greve deflagrada, o clima organizacional já se encontrava desfavorável e o não cumprimento do acordo da greve prejudicou ainda mais o clima. Pode-se perceber, através da observação participante, que os resultados da greve potencializaram os sentimentos de insatisfação dos servidores que, não tiveram suas expectativas atendidas.

CASTRO, A. C.; CASTRO, C. O. Gestão pública contemporânea. Curitiba: InterSaberes, 2014. CODA, R. Pesquisa de clima organizacional e gestão estratégica de recursos humanos. In: Bergamini, C. W.; CODA, R. Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. São Paulo: Atlas, 1997. LUZ, R. Gestão do clima organizacional. Rio de Janeiro: Qualitimark, 2003. ROBBINS, S. P.; JUDGE, T. A.; SOBRAL, F. Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.