aprendizagem organizacional
gestão do conhecimento
análise cruzada
Área
Estudos Organizacionais
Tema
Aprendizagem nas Organizações
Autores
Nome
1 - Fernando Rejani Miyazaki UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO (UMESP) - Escola de Gestão e Direito
2 - Márcio Shoiti Kuniyoshi UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO (UMESP) - Programa de Pós-graduação em Administração
Reumo
As alterações vividas pela sociedade nas últimas décadas, com ênfase nas mudanças culturais, políticas e tecnológicas, contribuíram na criação de um ambiente de maior competitividade, intensidade e insegurança para as organizações. Com cada vez mais informações a assimilar e sinais a interpretar, Amorim e Fischer (2013) afirmam que conhecer, aprender, adaptar e inovar são habilidades indispensáveis às organizações. Organizações intensivas de conhecimento utilizam um contexto favorável à disseminação da memória organizacional como fator mais relevante para criação e gestão do conhecimento.
O problema de pesquisa deste estudo está ligado ao papel das pessoas nos processos de aprendizagem e criação do conhecimento nas organizações a partir do nível individual para o coletivo, e pode ser descrito da seguinte forma: ‘Como as práticas de aprendizagem organizacional são percebidas em empresas de consultoria de grande porte localizadas na cidade de São Paulo?’. O principal objetivo do estudo é analisar a percepção em empresas de consultoria quanto à presença e importância das práticas de aprendizagem organizacional dentro destas organizações.
Para evitar confusão com a aprendizagem individual ou a antropomorfização do termo, é utilizado neste texto o conceito de Antonello (2005) sobre aprendizagem organizacional, para quem esta é definida como um processo que gera novos conhecimentos para indivíduos, grupos e organizações ao realizar interações dinâmicas de reflexão e ação sobre problemáticas para desenvolver capacidades úteis às organizações. Para Nonaka e Toyama (2015), criar conhecimento é um processo dialético onde a organização interage de forma dinâmica com indivíduos e ambiente para superar suas condições e contradições.
A discussão contida neste texto utilizou uma abordagem exploratória e qualitativa, com dados secundários coletados em pesquisa documental e em depoimentos de funcionários com cargos de nível diretivo. Os casos descritos, analisados individualmente e de forma cruzada, envolvem duas organizações de consultoria de grande porte, localizadas na cidade de São Paulo, com clientes de diversos perfis e áreas de atuação. Optou-se pela triangulação de dados para justificar informações de múltiplas fontes e embasar a etapa análise por ângulos diversos e complementares.
As percepções e depoimentos colhidos, suportados por documentos internas e pela literatura, indicam que as práticas identificadas visam fornecer aos colaboradores um conjunto de capacidades adequado às responsabilidades, aos papeis desempenhados por estes e às trilhas de desenvolvimento, para aproveitar experiências anteriores, mapear práticas de sucesso e transferir conhecimentos de forma eficaz para atender simultaneamente à necessidade de padronizar habilidades básicas, e singularidade ao viabilizar a especialização de conhecimentos para atingir padrões elevados de soluções e resultados.
Quando analisado o objetivo principal do estudo, é possível notar nas organizações estudadas um foco das práticas de aprendizagem para a geração interna de conhecimento, especialmente no aproveitamento de experiências passadas, resolução de problemas e transferências de conhecimentos. Os principais benefícios comuns foram o acesso a conhecimentos previamente armazenados, processos de melhoria contínua e a conciliação de características locais e globais destas organizações. Em termos práticos, foi possível verificar a atuação dos influenciadores como elemento da ambiência para a aprendizagem.
Amorim & Fischer. (2013). A aprendizagem organizacional e suas bases econômicas. Nova Economia, 23(2), 329-366.
Antonello (2005). A metamorfose da aprendizagem organizacional: uma revisão crítica. In R. L. Ruas, C. S. Antonello, & L. H. Boff (Orgs.). Os novos horizontes da gestão : aprendizagem organizacional e competências (Cap. 1, pp. 12-33). Porto Alegre: Bookman.
Nonaka & Toyama (2015). The Knowledge-creating Theory Revisited: Knowledge Creation as a Synthesizing Process. In J. S. Edwards (Ed.). The Essentials of Knowledge Management (Cap. 4, pp. 95-110). Basingstoke: Palgrave Macmillan.