cerâmica de revestimentos
sustentabilidade
operações
Área
Gestão Socioambiental
Tema
Responsabilidade Social Corporativa (RSC)
Autores
Nome
1 - Roberta de Castro Souza Pião UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica
2 - Gabriela Scur CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL INACIANA PE SABÓIA DE MEDEIROS (FEI) - depto engenharia de producao
3 - William Jeferson Vieira de Souza -
4 - Mary Fernanda de Sousa de Melo UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica
Reumo
A indústria brasileira de cerâmica de revestimentos é a segunda mais importante em termos tanto de produção como de consumo, somente perdendo o posto para a China. Na cadeia cerâmica, diversos impactos ambientais podem ser gerados, desde a extração de matéria-prima até o processo produtivo, comercialização, consumo, manutenção e descarte. A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) não deve se limitar apenas ao cumprimento das regulações e leis relativas às condições de trabalho e proteção ao meio ambiente, mas é necessário também estar atenta ao desenvolvimento local das comunidades.
Segundo Galeazzo e Klassen, (2015) é pequeno o número de pesquisas que englobam a perspectiva da sustentabilidade em relação a gestão de operações. Gavronski (2012) aponta a carência de pesquisas nas áreas da gestão e estratégia de operações que abordem a sustentabilidade de maneira detalhada, especialmente a dimensão social. Desta forma, este artigo tem como objetivo entender como as práticas de RSC estão sendo implementadas na indústria cerâmica brasileira.
A questão específica das cadeias de suprimento socialmente responsáveis, também conhecidas como cadeias de suprimento responsáveis, é entendida sob o ponto de vista da inserção de práticas de responsabilidade social corporativa ao longo da cadeia de suprimentos. Responsabilidade Social Corporativa (RSC) é considerada um processo no qual as empresas realizam suas operações, tendo em vista aspectos econômicos, sociais e ambientais simultaneamente, o que demanda o reconhecimento dos interesses múltiplos stakeholders.
O método escolhido foi o estudo de caso. Foram realizadas entrevistas presenciais com três produtores cerâmicos e uma associação de classe. Também foi realizada a busca de informações com 8 especialistas que representam organizações relacionadas ao setor cerâmico: 2 professores da universidade local, a UFSCar; 2 representantes de associação de classe; um profissional de instituto tecnológico; dois representantes de órgão fiscalizador e um fornecedor de esmaltes. Os dados foram coletados a partir de múltiplas fontes de evidência. Ex.: entrevistas, conversas informais, website das empresas, etc.
As práticas direcionadas à redução de custos, riscos e reputação são as mais citadas. Já a inovação, como é o caso do eco-design, pode ser considerada uma prática mais consistente com RSC, tendo em vista que necessitaria um maior direcionamento estratégico da empresa sob a perspectiva da sustentabilidade. Os resultados indicam que as empresas estão no primeiro estágio do RSC, o chamado pela literatura de compliance. Como este é um setor altamente poluente, observa-se uma grande ênfase na adoção de práticas ambientais para atender à regulação e certificados exigidos pelos mercados compradores.
As empresas realizam compliance tendo uma posição pouco proativa em se tratando de RSC. Além disso, as práticas de RSC estabelecidas pelas empresas visam, preferencialmente, a diminuição de custos e riscos e aumento da reputação. As práticas em termos de eco-design estão essencialmente ligadas à redução de custos e aumento da reputação, como pode-se observar a partir da redução do uso de insumos e melhorias da embalagem para minimização dos custos, mas aumentam a reputação da empresa, sob a perspectiva dos consumidores. Os aspectos ambientais são preponderantes, por conta da legislação.
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