Resumo

Título do Artigo

GOVERNANÇA E FUTEBOL PROFISSIONAL: UMA ESTRUTURA E SUA APLICAÇÃO NA SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS
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Palavras Chave

Governança no Esporte
Gestão Esportiva
Governança no Futebol

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Governança Corporativa

Autores

Nome
1 - Renan Barabanov
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - São Paulo
2 - Edson Luiz Riccio
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - EAC

Reumo

Mesmo se tratando de um segmento em expansão e crescimento econômico, o futebol brasileiro ainda carece de estruturas e práticas de gestão que o aproxime de outros mercados concorrentes em termos de profissionalização e prestação de contas. Um dos caminhos é a evolução do modelo de governança corporativa aplicado aos clubes, ampliando sua transparência e adaptando seu sistema administrativo.
A pesquisa apresenta uma estrutura de governança a ser aplicada em clubes nacionais, baseada em quatro pilares: Participação e Democracia; Gestão, Funcionamento e Sustentabilidade; Transparência, Comunicação e Prestação de Contas; e Solidariedade e Responsabilidade Social. Para testar a aplicabilidade de tal modelo, conduziu-se um estudo qualitativo básico amparado nas técnicas de entrevistas em profundidade na Sociedade Esportiva Palmeiras.
Analisamos o modelo de gestão adotado pelos clubes brasileiros sob a perspectiva da Teoria de Agência (Jensen & Meckling, 1976) e da Teoria dos Stakeholders (Freeman, 2010). Na primeira, a firma funciona como uma ficção legal que serve como foco para um complexo processo, no qual os conflitos dos objetivos dos indivíduos são trazidos ao equilíbrio com a estrutura das relações contratuais (Dobson & Goddard, 2001; Franck, 2010; Müller, Lammert & Hovemann, 2012). Na extensão da teoria clássica, Freeman propõe a teoria que busca envolver as demais partes interessadas na organização.
Com a finalidade de identificar uma estrutura conceitual para práticas de GC a serem adotadas por clubes esportivos, o estudo partiu de uma revisão bibliográfica de trabalhos já desenvolvidos nacionalmente para entidades sem fins lucrativos, associações esportivas e clubes profissionais. A resultante é um framework básico a ser aplicado nos times de futebol. Na sequência, foi avaliada empiricamente a aderência e aplicação dessa estrutura básica proposta a um clube de futebol profissional da primeira divisão nacional, com a adoção do método de entrevistas para a construção de dados.
Os dados coletados foram analisados na abordagem de interpretação de conteúdo por Flores (1994), seguindo um processo de interpretação com base na busca por padrões e núcleos de coerência e significado, definindo sua categorização em cinco tópicos: aplicabilidade, adaptações, pontos chave, necessidade do modelo e as práticas de governança já utilizadas no dia a dia do clube e do futebol. Além das entrevistas, diversos materiais foram analisados, incluindo conteúdo institucional, normas, regramentos internos e externos, políticas e notícias de portais e veículos de mídia.
Diretores, gestores e partes interessadas do clube apontaram, de forma unânime, a importância das práticas de governança para os clubes e para o futebol, sendo sua adoção essencial no processo de profissionalização das equipes e evolução dos seus modelos de administração, transparência e prestação de contas.
Amara, M., Henry, I., Liang, J., & Uchiumi, K. (2005); Andreff, W. (2000); Andreff, W. (2007); Dietl, H. M., & Franck, E. (2007); Ferkins, L., & Shilbury, D. (2015); Ferkins, L., Shilbury, D., & McDonald, G. (2005); Forster, J. (2006); Freeman, R. E. (2010); Geeraert, A., Scheerder, J., & Bruyninckx, H. (2013); Giulianotti, R., & Robertson, R. (2004); Hamil, S., Michie, J., Oughton, C., & Warby, S. (2000); Jensen, M. C., & Meckling, W. H. (1976); Marques, D. S. P. (2014); Michie, J., & Oughton, C. (2005); Senaux, B. (2008); Szymanski, S., & Smith, R. (1997); Yin, R. K. (2015).