Resumo

Título do Artigo

(RE)PENSANDO A AVALIAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL A PARTIR DO CONCEITO DE UTILIDADE SOCIAL
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Palavras Chave

Avaliação da Utilidade Social
Avaliação de Impacto
Organizações da Sociedade Civil

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Social e Organizações do Terceiro Setor

Autores

Nome
1 - Laerson Morais Silva Lopes
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - Núcleo de Pós-Graduação em Administração
2 - Ariádne Scalfoni Rigo
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - Escola de Administração

Reumo

A capacidade de organizações da sociedade civil impactar socialmente é reconhecida nesse ensaio como utilidade social (Gadrey, 2005; Silva Júnior, 2016). A avaliação e sobre os impactos dessas organizações pode ajudá-las a superar suas próprias barreiras, bem como ajudar investidores a identificar para quem destinar seus recursos (Mitchell & Berlan, 2018). Silva et al. (2014), entendem que o interesse no Brasil por práticas de avaliação tem crescido. Mas, é preciso considerar também que todo processo de avaliação é permeado de interesses e conflitos (Mitchell & Berlan, 2016, 2018).
Considerando a influência de aspectos contextuais e organizacionais sobre a realidade da atuação dessas organizações, qual perspectiva epistemológica deve ser adotada na avaliação da utilidade social? Diante dessa questão, este trabalho discute os aspectos contextuais que envolvem os procedimentos de avaliação, (a) apresentando definições sobre avaliação; (b) tentando desmitificar a ideia de avaliação da utilidade social em organizações da sociedade civil; e (c) apresentando algumas metodologias de avaliação utilizadas nessas organizações.
De acordo com Coelho & Lopes (2009), qualquer intervenção econômica e social tem como característica a existência de certa probabilidade quanto aos seus resultados, que são variados, por exemplo: nas dimensões sociais, culturais, políticas e econômicas (França Filho, 2004; Silva Júnior, 2016). E a avaliação leva à ampliação da consciência sobre esses resultados, permitindo melhores escolhas e decisões (Brandão, Silva & Palos, 2005). Para, Mitchel & Berlan (2018), o contexto influencia a forma como essas organizações avaliam seus impactos, inclusive o rigor das metodologias adotadas.
Na avaliação, deve-se considerar as seguintes assertivas: a dimensão econômico-financeira não é a única a ser considerada na análise; há outros interesses que influenciam/motivam a realização da avaliação; não é possível isolar o projeto/programa avaliado de seu contexto, pois a realidade da avaliação também é uma construção social; as metodologias qualitativas que são capazes de detectar a natureza das relações que envolvem o processo avaliativo; a avaliação será útil mesmo quando apontar impactos negativos; e precisa ser estimulada/viabilizada para que seja parte da cultura organizacional.
A perspectiva epistemológica que considere que não é possível separar os sujeitos da realidade que estão inseridos (ou seja, não podemos separar a avaliação do contexto em que as intervenções e ela própria acontecem). Desse modo, só é possível captar todos os elementos da realidade, todas as interações das práticas e dos processos de avaliação, se: (a) for adotada uma metodologia de “investigação avaliativa”; que (b) considere todos os atores do processo avaliativo, avaliadores e avaliados; e (c) contemple a colaboração entre instrumentos quantitativos e, sobretudo, instrumentos qualitativos.
Mitchell, G. E., & Berlan, D. (2018). Evaluation in Nonprofit Organizations: An Empirical Analysis. Public Performance & Management Review, 41(2), 415-437. Minayo, M. C. S., de Assis, S. G., & de Souza, E. R. (2005). Avaliação por triangulação de métodos: abordagem de programas sociais – E-book. SciELO-Editora FIOCRUZ. Silva Júnior, Jeová Torres (2015). Gestão Social das Finanças Solidárias: a Utilidade Social na Centralidade da Avaliação dos Bancos Comunitários Brasileiros. 2015. Tese de Doutorado em Administração. Salvador: UFBA.