1 - Patrick Latini D'Almeida CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Liberdade
2 - FLAVIA KAO Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
3 - Johnny Silva Mendes UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - SAO PAULO
Reumo
Em finanças corporativas, uma das preocupações é em relação às estratégias de financiamento adotadas pelas empresas. Ao contextualizá-las ao cenário brasileiro, surgem questões relacionadas às distorções e particularidades deste em comparação aos mercados desenvolvidos. A adoção de práticas de governança corporativa diferenciadas como meio para acesso às restritas fontes de financiamento, a influência do BNDES na estrutura de capital e a aderência destas variáveis às teorias principais são questões recorrente.
Diante deste contexto, o presente estudo propõe-se a investigar a seguinte questão: Qual a relação entre níveis de governança corporativa, acesso ao BNDES e a estrutura de capital de empresas brasileiras não financeiras listadas na B3?
Assim, a pesquisa objetiva identificar a relação existente entre o nível de GC adotado pelas empresas brasileiras e sua estrutura de capital, bem como compreender se o acesso ao capital do BNDES apresenta relação com a estrutura de capital.
A fim de assimilar o problema em questão, o quadro teórico desenvolvido teve como objetivo i) compreender a evolução teórica em relação à estrutura de capital (MODIGLIANI, MILLER, 1958; DURAND, 1959; MODIGLIANI, MILLER, 1963; BAXTER, 1967; STANLEY, GIRTH, 1971; VAN HORNE, 1974; GRUBER, WARNER, 1977; MYERS, 1977; MILLER, 1977; DEANGELO, MASULIS, 1980; MYERS, MAJLUF, 1984; MYERS, 1984; COTEI, FARHAT, 2009) e ii) compreender a evolução teórica em relação à Governança Corporativa (ARROW, 1985; BERLE E MEANS, 1932; JENSEN, MECKLING,1976; KOTOWITZ, 1989).
Para atender aos objetivos propostos nesta pesquisa, foi conduzida uma pesquisa empírica utilizando o método indutivo. O intervalo de observação dos dados envolveu o período de 2007 a 2016, utilizando uma amostra composta por 86 empresas brasileiras não financeiras presentes nos segmentos de listagem da B3. Os dados foram coletados utilizando o sistema Economática e o sítio oficial do BNDES. Por fim, aplicaram-se modelos estimados pelo método dos mínimos quadrados ordinários com tratamento de dados em painel.
foi verificado que a variável BNDES apresenta relação negativa e significante com o endividamento de longo prazo, enquanto, em relação aos segmentos de listagem da B3, a variável Nível 1 apresentou relação negativa e significante para o endividamento de curto prazo, e Nível 2 apresentou relação positiva e significante para o endividamento de longo prazo. Esses resultados reiteram as pesquisas de Nakamura et al. (2007) e Costa Filho et al. (2016).
Os dados evidenciaram que tanto o nível de governança adotado pela empresa como o tipo de fonte de financiamento possuem relação com sua estrutura de capital. Considerando que existem diversas fontes de financiamento no país, o fato das empresas acessarem o capital do BNDES podem diminuir a dependência de outras fontes de financiamento. Nesse sentido, esta pesquisa contribui ao evidenciar que a estrutura de capital está associada ao tipo de fonte de financiamento ao qual a empresa tem acesso.